Referência nacional na arte do teatro de animação e de bonecos, bem como um dos principais expoentes do teatro para crianças no Brasil, a novidade da CIA TRUKS agora é Fique Vivo, espetáculo interativo sobre o importante e necessário tema da Segurança no Trânsito, porém, de forma interativa, envolvente, leve, e, sobretudo adequada aos adolescentes. Haverá apresentações em Franca nos dias 24 e 25 deste mês.
Experiência inovadora que agrega ao teatro as experiências de desafiadores e eletrizantes jogos presenciais de escapada, o espetáculo é apresentado dentro de salas de aula em escolas da rede pública para estudantes do ensino médio, com idades entre 14 e 18 anos, entre o 1º e 3º ano do Ensino Médio.
Durante 40 dias, a trupe da CIA TRUKS vai circular por 18 cidades do Interior do Estado, incluindo Franca na próxima semana. Após cada sessão, os atores irão realizar uma dinâmica pedagógica com os presentes, cujo objetivo será reforçar os conceitos fundamentais para a segurança no trânsito.
A programação em Franca tem:
Dia 24/05/2022, às 15h e 17h. E.E. Prof. Roberto Scarabuci. R. José de Andrade Pinto, 6325 – Res. Ana Dorothéa.
Dia 25/05/2022, às 9h30 e 12h50. E.E. Prof. Israel Niceus Moreira. R. Luiz Tardivo, 511 – Jardim Santa Efigênia.
Escape Room
A CIA TRUKS é a primeira companhia do Brasil a criar o jogo de escapada para adolescentes. A ideia de montar um espetáculo tão diferente dos trabalhos do repertório do grupo aconteceu no final de 2016, quando o diretor Henrique conheceu os Jogos de Escapada (Escape Room), em uma situação de lazer com a família.
“Fomos colocados em um quarto de hotel dos anos 60 onde um assassinato ocorrera. Tínhamos de desvendar o crime ou não sairíamos mais daquele local.” Com passagens secretas, uma série de enigmas e mistérios a serem resolvidos, a experiência encantou a família toda.
“Prestei muita atenção no meu filho de 9 anos, em como ele ficou envolvido e se transportou para outro espaço-tempo. Ele mergulhou naquela realidade de uma forma intensa, ficou muito curioso”, lembra.
“Vivemos naquela situação um enredo que a gente vive no teatro, onde também buscamos um total envolvimento do público com o que estamos fazendo. O jogo de escapada faz isso magnificamente bem.” Henrique ficou tão impressionado com a experiência vivida que alguns meses depois criou o seu próprio Escape Room, que é o Escape Júnior.
Dinâmica e clima CSI
Envolvido nesse desafio de fazer uma ponte entre a atmosfera eletrizante criada no jogo de escapada e o teatro, o diretor abraçou a demanda de criar um espetáculo sobre Trânsito.
“O projeto do espetáculo Fique Vivo me proporcionou criar um universo teatral associado ao Jogo de Escapada. Imaginei que os adolescentes entram numa sala, um universo paralelo, um espaço meio CSI, uma sucursal de uma delegacia de polícia”, comenta. Nessa inovadora iniciativa cênica, a Cia Truks se inspira e se utiliza da dinâmica dos jogos de escapada para criar uma experiência única: a plateia, caso queira sair da sala onde se vê repentinamente presa, terá que participar da trama, exercendo papéis primordiais no enredo.
Três misteriosos personagens, caracterizados como investigadores da polícia, invadem uma sala de aula e convocam os alunos a auxiliá-los em uma investigação urgente. A porta da sala é trancada e os alunos terão 50 minutos para desvendar os segredos de três casos policiais. Agora cada indivíduo ali preso terá uma importante missão a cumprir para que todos consigam resolver os enigmas da aventura. Toda a experiência terá como fundo a necessidade de trabalho conjunto e consequente conscientização sobre questões voltadas à segurança no trânsito, considerando o protagonismo dos jovens como pedestres, usuários de transporte público, ciclistas e motociclistas.
Sobre o enredo
Os três investigadores de polícia carrancudos trazem a notícia de três mortes sem aparente explicação. São três vítimas de acidentes fatais de trânsito. Os policiais estão frente a frente com os alunos e lançam um desafio: “Ou vocês esclarecem o que está acontecendo aqui na escola ou vai todo mundo para a delegacia. Enquanto isso, todos ficam presos aqui. Vocês tem um tempo para resolver esses enigmas senão o bicho vai pegar!”
Os personagens do jogo/espetáculo dividem a turma em três grupos. Cada um dos grupos terá a tarefa de investigar cada um dos casos, e cada etapa cumprida do jogo revelará novas informações sobre os fatos ocorridos. “Estamos avançados nos ensaios e acredito que vai dar certo”, espera o diretor, ressaltando que pretende que seu jogo de escapada tenha cara de teatro. Ao final se revelará o motivo comum a todos os casos: são todos frutos de desobediência ou negligência com questões do trânsito. Após a experiência, os três atores farão um pequeno debate sobre questões relacionadas à segurança no trânsito e um jogo de improvisação com os alunos.
Como pano de fundo tem a questão do trânsito. O texto apresenta casos fictícios ocorridos no trânsito, como o da menina que aceita carona de um rapaz bêbado para voltar da festa. Outra história enfoca o cara que não usa capacete e não faz a manutenção na moto caindo aos pedaços.
Uma terceira trama aborda o motorista que anda a 150 km por hora na estrada. “Acredito que, com este formato pedagógico, estamos chegando mais perto dos adolescentes do que com uma palestra para adolescentes, onde o adulto vira meme. Temos nas mãos um instrumento muito bacana, o jogo-teatro, para falar de assuntos muito importantes para o jovem, que dizem respeito à própria vida”, conclui Henrique.
Ousadia e ineditismo
A CIA TRUKS é marcada pela ousadia. Quando estrearam A Bruxinha, em 1990, não existia ainda manipulação de bonecos com o rosto dos manipuladores à vista do público. “O que se conhecia aqui eram os fantoches ou as marionetes de fios com atores ocultos”, lembra Henrique, ressaltando que o grupo inovava ao fazer um teatro diferente. O diretor pontua a importância das referências.
“Nos baseamos agora nos jogos de escapada assim como antes nos baseamos no teatro japonês, o Bunraku. Depois em 2004, quando refinavam mais ainda a técnica, com bonecos com com movimentos humanos, começaram a dar vida a coisas. “Aparecemos em cena com uma caneca e um bule, representando, respectivamente, um pintinho e a galinha, no espetáculo Zoo-Ilógico. E foi um espetáculo premiado”, afirma o diretor que não esconde a ansiedade pela nova experiência.
Sobre a Cia Truks
A Cia. Truks foi criada em 1990, e desde então apresenta seus espetáculos de repertório em teatros, escolas, instituições ou espaços alternativos de todo o Brasil.
A Cia participa de mostras e festivais de teatro e teatro de animação em países do exterior, e em eventos e congressos vinculados à educação e à cultura. Paralelamente, ministra cursos e oficinas sobre o teatro para crianças, técnicas de animação de bonecos, objetos e figuras, além de cursos sobre procedimentos dramatúrgicos.
O grupo é referência nacional na arte do teatro de animação, bem como um dos principais expoentes do teatro para crianças no Brasil. Recebeu os principais prêmios do segmento: o Mambembe, do Ministério da Cultura; o APCA, da Associação Paulista de Críticos de Arte; o Coca Cola de Teatro Jovem; o Teatro Cidadão, da Prefeitura de São Paulo, e o Estímulo da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, entre outros. Coordenou o centro de estudos e práticas do teatro de animação de São Paulo, espaço de referências desta linguagem artística, em projeto da prefeitura do município, entre 2002 e 2012. Todas as peças do grupo podem ser encontradas no site: www.truks.com.br