O governo federal divulgou na semana passada a liberação de crédito para apoiar a micro e pequena empresa devido à crise econômica gerada pela pandemia do novo coronavírus. O valor extra liberado é de R$ 15,9 bilhões, dentro do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Apesar da divulgação, esse recurso, de fato, auxilia os pequenos negócios a garantir seu fluxo de caixa e gerenciamento da atividade após a baixa nas vendas? Somente em Franca, existem cerca de 37 mil negócios constituídos como micro e pequenas, o que representa 87% do total de empresas ativas na cidade. Não existe uma estatística atual para apontar como a crise financeira gerada pelo novo coronavírus impactou esse segmento, mas é possível afirmar que todas sentiram o baque com menor ou maior intensidade.
Conforme a Associação do Comércio e Indústria de Franca (ACIF), ter o recurso disponível não significa que ele chegará para o empresário, mesmo após sua solicitação. Entraves burocráticos, garantias exigidas pelos bancos podem, simplesmente, fazer com que a ajuda seja apenas uma oferta, que não ficará efetivada para ajudar a girar a economia local.
Na avaliação do Instituto de Economia da ACIF, em uma análise do crédito que é disponibilizado no sistema bancário, apenas uma fatia muito pequena é que acaba sendo liberada.
“O empréstimo é importante e tem como objetivo dar aos empresários alternativas para que quitem dívidas como salários, aluguéis, contas básicas e, sobretudo, tenham um capital de giro para reposição de estoque. Entretanto, existe uma grande preocupação em relação ao fato que nem sempre o crédito chega até o empresário. Segundo dados do Ministério do Trabalho e do Sebrae, existem, hoje, no Brasil, 17 milhões de pequenos negócios. Desse total, 7 milhões procuraram crédito durante a pandemia, sendo que mais da metade dos solicitantes não conseguiram o crédito e outros 28% aguardam aprovação bancária”, explicou o economista do IE-ACIF, Adnan Jebailey.
O especialista da associação indicou que a porcentagem de empresários de pequenos negócios que conseguem efetivar um auxílio de crédito fica em torno de 4%. “Na cidade de Franca (SP) existem cerca de 37 mil empresas constituídas como Micro e Pequenas – 87% do total de empresas ativas na cidade – que poderão solicitar o empréstimo”, contabiliza o economista.
Para tentar contornar esse abismo entre ofertar crédito e obtê-lo, a ACIF tem um projeto encabeçado pelo DNI-ACIF (Departamento de Negócios Internacionais da ACIF) e IE-ACIF (Instituto de Economia ACIF) para estudar as linhas de crédito disponíveis no mercado para MEIs, Micro e Pequenas Empresas e auxiliar quem é associado a buscar o recurso.
“Não teremos participação na concessão do crédito, mas colocaremos nossos profissionais para analisar o que o mercado oferece e acompanhar a liberação de recursos por parte do Governo a fim de atender as necessidades de nossos associados”, disse o presidente da ACIF, Tarciso Bôtto.
O serviço de assessoria na busca pelo crédito será gratuito e pode ser solicitado pelo telefone (16) 99384 9630 ou email (caminho_credito@acifranca.
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