Os vereadores que integram a Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Coronavírus decidiram nesta segunda-feira (3) que a primeira medida a ser tomada para fiscalizar a Prefeitura de Franca sobre a vacinação contra a covid-19 é realizar visitas surpresas em postos. O Pronto Socorro Álvaro Azzuz também será outro local a receber monitoramento do grupo.
Desde a semana passada, a Prefeitura enfrenta uma sequência de suspeitas sobre seu procedimento de vacinação contra a covid-19. Análise preliminar do próprio governo municipal, acompanhada pela Frente Parlamentar, já identificou que existe o fura-fila na imunização.
Além da vacina, outros problemas somam-se no combate à doença. Os exames para testagem da covid-19 estão ficando represados e demorando até 10 dias para ficarem prontos. Funcionários da linha de frente queixaram-se de exposição excessiva e necessidade de maior atenção com relação a equipamentos de proteção. Além disso, os casos ativos passaram a aumentar na cidade nas duas últimas semanas, saindo da média de 700 casos para mais de 1 mil.
“Os vereadores decidiram, por unanimidade, que irão realizar em breve visitas-surpresa a diversos locais de vacinação, de modo a fiscalizar o andamento do processo. Eles também deverão averiguar o ‘Álvaro Azzuz’, hospitais e laboratórios”, divulgou a Câmara, por meio de nota.
O presidente da Frente Parlamentar, Donizete da Farmácia (MDB), garantiu que o trabalho do grupo será para amenizar os problemas enfrentados na cidade. “Foi mais uma reunião muito proveitosa. A frente está me surpreendendo positivamente, a cada dia surge uma sugestão importante. A pandemia é um problema sério que precisamos tentar resolver ou ao menos amenizar”.
Apesar da gravidade da situação na reunião desta segunda-feira (3) de manhã, nem todos os vereadores da Frente Parlamentar estiveram presentes. Foram ao encontro o presidente, Donizete da Farmácia (MDB); o vice-presidente, Carlinho Petrópolis Farmácia (PL); o relator, Daniel Bassi (PSDB); e os membros Marcelo Tidy (DEM), Gilson Pelizaro (PT) e Lurdinha Granzotte (PSL). Quem faltou foi Zezinho Cabeleireiro.
Gilson Pelilzaro (PT), que está acompanhando a sindicância aberta pela Prefeitura para averiguar o fura-fila, foi quem detalhou o relatório preliminar sobre a investigação. “Que existem fura-filas, existem. Por isso, e pela Câmara ser um órgão fiscalizador, pedimos a lista completa das pessoas vacinadas. A relação pode ser entregue ainda hoje (3) à comissão. Entre as falhas da vacinação, pode-se citar a classificação de profissionais da saúde com mais de 60 anos como idosos; menores de idade tomando a vacina, o que não é recomendado pela bula do imunizante; servidores da educação com menos de 47 anos imunizados; e até mesmo pessoas vacinadas que não são nem idosas e nem profissionais da saúde ou educação”, detalhou o vereador.
Existe uma linha de apuração que quer averiguar se a Prefeitura de Franca usou o protocolo de vacinação contra a Influenza para imunização contra a covid-19. A grande diferença entre esses protocolos é que a vacina contra o novo coronavírus tem grupos priorietários para serem vacinados, e na Influenza a sobra pode ser aplicada em qualquer pessoa. Ainda não está comprovado a má-fé nessas aplicações irregulares.
Os vereadores comentaram também a necessidade de avaliação sobre teste realizado no sábado (1º) do uso das máscaras “full face” em pacientes. A entidade Ajudar Sempre sem Fronteiras transforma equipamentos em máscaras que protegem todo o rosto e permite ventilação não invasiva em pacientes. Esse tipo de procedimento pode diminuir em 50% a necessidade de intubação. Ela auxilia a entrada de oxigênio nos pulmões e não é necessária a sedação.
A entidade poderia fornecer gratuitamente esses equipamentos para a Prefeitura e eles devem chegar na cidade nesta semana.
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