A atuação de três facções criminosas ligadas a falsificação de agrotóxicos está sendo investigada em Franca. A investigação já desenvolvida apurou que a falsificação e contrabando de agrotóxicos praticada pelos criminosos contribuiu para gerar um prejuízo no cenário nacional de R$ 11 bilhões.
A abrangência desses grupos investigados pelo Gaeco tem tentáculos em nove cidades do Estado de São Paulo e ainda práticas delituosas em Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso. Para tentar quebrar essa estrutura, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), órgão do Ministério Público, desencadeou uma operação com apoio da Polícia Militar e Corregedoria da Polícia Civil.
Especificamente com relação aos investigados, os promotores identificaram que em 2018, com referência a apenas duas empresas utilizadas pelo grupo, foram emitidas 808 notas fiscais falsas e os valores destas ultrapassam os R$ 110 milhões. Ao menos 51 empresas foram utilizadas pelos criminosos.
Foram necessários aproximadamente 600 policiais militares envolvidos nessa ação denominada Operação Princípio Ativo. Também houve a participação de dezenas de promotores de Justiça e servidores do Ministério Público. O trabalho conjunto serviu para dar prosseguimento ao cumprimento de 160 mandados de busca e 35 mandados de prisão preventiva.
As cidades onde a operação aconteceu nesta quinta-feira foram Franca, Igarapava, Buritizal, Ituverava, Cristais Paulista, Ribeirão Preto, Serrana, São José do Rio Preto e Monte Aprazível. Também foram cumpridos mandados em municípios de outros estados.
“A investigação culminou com o oferecimento de três denúncias pelo GAECO e já recebidas pelo juízos de Igarapava, sendo que, além das medidas de buscas e prisões, diversas outras já foram ou serão oportunamente deduzidas, tais como pedidos de sequestro de bens e medidas correlatas destinadas à recuperação dos prejuízos provocados pela atuação da referida organização criminosa, além da suspensão da atividade comercial de empresas utilizadas para lavagem de capitais”, detalha nota do Ministério Público.
Conforme a investigação, o contrabando e falsificação de agrotóxicos causa prejuízo à saúde das pessoas, além do impacto econômico negativo. “O prejuízo direto à indústria de defensivos agrícolas é de cerca de R$ 5,4 bilhões. Há impacto na saúde da população e na economia nacional”, informa nota do MPE.