Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou que a pasta ainda não sabe se o recorde de mortes nas últimas 24h se trata de uma tendência ou se é resultado de um número maior de diagnósticos de casos de dias anteriores.
“A gente avalia todo dia o que está acontecendo. Se for linha de tendência de aumento, números dos próximos dias vão aumentar e vamos saber que isso não é esforço pontual”, avaliou.
Sobre o uso da cloroquina, cientificamente não foi comprovado que o medicamento tem efeito prático, mas cada médico pode utilizar o tratamento. O ministro também tratou sobre o tema na coletiva.
Perguntado sobre a posição acerca das medidas de distanciamento social, Teich respondeu que será preciso uma avaliação constante, mas defendeu que o relaxamento do isolamento pode ser importante se não comprometer o combate à pandemia.
“A gente vai ter que mapear o dia a dia e vai ter critérios e estratégias de saída, o que não quer dizer que vamos sair amanhã. A gente defende o que é melhor pra sociedade. Se o melhor for o isolamento, é o que vai ser. Se eu puder flexibilizar dando autonomia para as pessoas sem impactar na [infecção pela] doença, isso vai ser”, complementou.
Cloroquina
O titular da pasta da Saúde falou sobre a reunião com representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM) hoje (23), no Palácio do Planalto, sobre a utilização da cloroquina como tratamento contra covid-19. A alternativa é defendida pelo presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, o CFM, órgão representativo da classe médica, reafirmou que os diversos testes realizados em outros países e no Brasil ainda não trouxeram evidências científicas sobre a eficácia da cloroquina no tratamento de covid-19.
A entidade, entretanto, endossou a diretriz de que cabe a cada médico optar ou não por receitar o medicamento a pacientes infectados pelo novo coronavírus. Esta previsão já havia sido colocada no guia de diagnóstico e tratamento do Ministério da Saúde divulgado no início de abril.
Nelson Teich lembrou que não há orientação do Ministério da Saúde, uma vez que não há base científica sobre os efeitos da substância nos pacientes. “Permitir uso a critério do médico não significa recomendação do MS. Ela vai ocorrer o dia que tivermos evidência científica clara do jeito que ela funciona. É uma autorização”, explicou.
Dados recentes
Dados do Ministério da Saúde mostram que 26.573 pessoas conseguiram se recuperar da covid-19 no Brasil. O país registra mais de 49 mil casos confirmados do novo coronavírus e 3.313 mil mortes.
Os ministro da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; da Saúde, Nelson Teich; e da Casa Civil, Braga Netto; o advogado-geral da União, André Luiz Mendonça, participaram de entrevista à imprensa no Palácio do Planalto.