O Movimento Negro em Franca tem organizado debates e acompanhado a proposição de candidatos na cidade para combater o racismo e promover mais liberdade dentro da sociedade. Na avaliação do movimento, ainda não há comprometimento político em Franca, principalmente em relação aos seis candidatos a prefeito.
Neste mês, houve um encontro em que 10 candidatos a vereador participaram. Na cidade, há mais de 372 candidatos que tentam garantir uma cadeira no Legislativo Municipal.
“Apesar de vários candidatos usarem do discurso de justiça racial, sabemos que isso é para sensibilizar o eleitor. Temos que pensar em quantos candidatos negros estão concorrendo para chefe do executivo, e daí já podemos concluir quantos desses brancos e brancas concorrendo realmente são antirracista, quantos deles poderiam ceder a vez para um negro? Será que não teve nenhum negro interessado no pleito? Ou será que os partidos não deram espaços a eles? Não vemos, infelizmente, nenhum candidato realmente comprometido com a causa”, avaliou Gabriel A. Ferreira, 22 anos, graduando em Direito pela Faculdade de Direito de Franca e militante do Movimento Negro de Franca.
Os integrantes do movimento cobram das autoridades melhores políticas para as pessoas negras. Efetivamente ainda há muitos desafios a serem superados.
Um deles é o da representatividade em cargos eletivos. Nesse quesito, para a eleição deste ano, houve uma maior adesão de candidatos negros, apontou o integrante do Movimento Negro.
“Franca precisa de fortalecimento dos serviços públicos e buscar criar oportunidades e viabilizar o desenvolvimento da juventude negra e periférica”, sugeriu Gabriel Ferreira, que organizou a primeira manifestação antirracista na cidade.
O tema justiça racial surgiu na cidade além do período político neste ano. Agora neste segundo semestre, em Franca, houve polêmica com o pedido da Associação Comercial e da Indústria de Franca (ACIF) na Câmara para que o feriado do Dia da Consciência Negra fosse alterado de 20 de novembro para 22 de novembro. O pedido foi feito para permitir que sexta-feira não fosse feriado. A entidade alegou que havia apenas interesse econômico e não era desrespeito com a questão racial. No feriado, caso funcionário trabalhe é preciso pagar acréscimos no salário.
Na cidade, além do Conselho Municipal de Desenvolvimento da Comunidade Negra, há o Movimento Negro para discutir e lutar por políticas antirraciais e por mais justiça racial.
O Movimento Negro é orgânico e com organização horizontal, por isso só existem lideranças, mas sem hierárquia determinada. Nesta eleição, dentro do Movimento há a proposta de se fazer um mandato coletivo e empoderado.
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