A Prefeitura de Franca definiu que a partir deste domingo (2), os casos suspeitos de covid-19 e pessoas que tenham sintomas gripais só serão atendidas no Pronto Socorro Álvaro Azzuz. Até então, a unidade ainda aceitava casos clínicos, ou seja, pessoas que dependiam de outro tipo de atendimento que não fosse o relacionado ao novo coronavírus. Em tese, misturar os casos em um mesmo local pode contribuir para maior contágio da doença.
Ano passado, quando Franca também enfrentou um aumento de casos, o Pronto Socorro Álvaro Azzuz tornou-se a referência para atender pacientes com suspeita da covid-19. Com a redução de casos, o pronto socorro passou a aceitar pacientes com outras suspeitas.
“A Secretaria de Saúde informa que, em virtude do registro de alta demanda e complexidade dos atendimentos a pacientes diagnosticados com covid-19, e para garantir a segurança e melhor atendimento a pacientes clínicos, sem suspeita da doença, o Pronto Socorro Álvaro Azzuz ficará, a partir deste domingo, 2, exclusivo para o atendimento às pessoas com suspeita de covid-19. Desse modo, todos os demais casos clínicos que não apresentem quadro de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave devem ser direcionados às UPAs dos Jardins Anita e Aeroporto”, divulgou a Prefeitura em nota oficial, publicada oficialmente no domingo, por volta das 15h30.
Nesta segunda-feira (3), havia 26 pacientes em observação, sendo 16 na enfermaria e outros seis para a UTI. Outros quatro não precisaram de internação. Só no domingo (2), 487 casos foram atendidos no Álvaro Azzuz. “Se você não tem sintoma respiratório, se você não tem sintoma gripal, procure as UPAs. Fique em casa, use máscara e use álcool nas mãos”, orientou o diretor técnico do Pronto Socorro, Rafael Talarico.
A Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Coronavírus, da Câmara de Franca, divulgou nesta segunda-feira que pretende realizar visitas surpresas no Pronto Socorro Álvaro Azzuz para tentar identificar problemas no atendimento e possível dificuldade dos profissionais de saúde com relação a equipamentos de proteção individual e celeridade nas consultas.
Por conta da demanda que vem crescendo de casos suspeitos de covid-19 e a falta de efetividade na realização de testes, os profissionais de saúde estão voltando a ficar muito sobrecarregados, tal qual ocorreu ano passado. Além disso, está ocorrendo novamente mortes de servidores da linha de frente, o que deixa exposto uma situação grave.
Cidade soma agora 508 mortes
Somente nesta segunda-feira, seis pessoas perderam a vida após complicações da covid-19. Foram três mulheres, com idades de 68, 79 e 85 anos e as duas últimas tinham comorbidades. Outros três homens moradores de Franca faleceram, com idades de 57, 58 e 64 anos e todos tinham comorbidades. Desde abril de 2020 já foram 508 mortes por conta da doença.
Os casos positivos diagnosticados são de 149, mas há 3.568 pessoas que ainda aguardam o resultado. O diagnóstico pode demorar até 10 dias para sair e a doença manifesta-se no período de 15 dias, em média. Os casos negativos chegaram a 39.894. Desde março de 2020, 25.045 pessoas já foram contaminadas.
Há pacientes recuperados neste último boletim divulgado pela Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Franca. São 23.600 pacientes que venceram a doença desde março de 2020. Com isso, o total de casos ativos na cidade está em 937.
Capacidade de atendimento sobrecarregada
Com os casos aumentando, a gravidade deles também segue no mesmo ritmo. Na enfermaria, dos 57 leitos há 40 pessoas internadas. Na UTI SUS, que serve para atender casos graves, praticamente não há vagas em Franca. São 59 leitos e 58 estão ocupados. O sistema público de saúde voltou a ficar colapsado e quem depende de respirador pode ser transferido para a região ou acaba precisando ficar em atendimento improvisado.
Na UTI Particular, a situação é tão preocupante quanto no SUS. São 32 leitos disponíveis na Unimed Franca e Hospital Regional e há 30 pacientes internados.
A Prefeitura de Franca está em tratativas com o governo do Estado para ampliação de vagas usando estrutura do Hospital de Caridade, porém esse atendimento ainda está pendente de autorização e liberação de recursos.
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