A Associação dos Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da Polícia Militar (Defenda PM) divulgou nota para alertar que a situação do trabalho de policias militares no Estado. O comunicado foi feito depois da imagem captada por pedestres de dois policiais militares discutindo no Centro de São Paulo e um deles chegou a apontar a arma para o colega.
O incidente foi registrado na Rua Santa Ifigênia, local tradicional de compras populares da capital paulista e frequentado por milhares de pessoas diariamente. “Numa cena lamentável a céu aberto, em pleno centro comercial da maior capital do país, à luz do dia, dois policiais militares foram flagrados discutindo, estando um deles com a arma apontada para o rosto do outro! Boquiabertos, milhares de policiais militares perguntam-se: ‘Como chegamos a uma situação dessas?’ A resposta é uma só: a panela de pressão explodiu!”, informou a nota.
Conforme a Defenda PM, a corporação tem sido desvalorizada por mais de 20 anos e culpa principalmente os governos do PSDB. “Os dois policiais que protagonizaram a lamentável cena de hoje (sexta-feira, dia 4) usavam colete refletivo, o típico adereço obrigatório dos policiais que fazem DEJEM e Atividade Delegada. Assim uniformizados, eles trabalham para o Estado e para os municípios em suas folgas. Para compensar o salário com que os contemplam os sucessivos governos do PSDB, milhares de policiais militares têm de recorrer ao ‘bico oficial’. Em vez de descansar, recompor as energias, conviver com a família saem para patrulhar as ruas e confrontar-se com marginais para melhorar a ‘ração’ em casa”, criticou a entidade.
De acordo com a legislação a DEJEM corresponde a oito horas contínuas de trabalho de policiais e bombeiros militares. As atividades relacionadas são de ronda ostensiva, atuação na área da saúde e defesa civil. Por mês, os policias e bombeiros podem fazer até 10 diárias.
“A DEFENDA PM já criticou várias vezes este padrão, apresentou sugestões e nunca obteve respostas. Não varram para debaixo do tapete mais este episódio, como tantos outros que mostramos e pedimos a intervenção de vossas excelências”, concluiu a nota.
Sobre o caso registrado em São Paulo, o soldado que apontou a arma para o colega, que é cabo, foi detido em flagrante pelos crimes de ameaça e violência contra superior qualificada pelo uso de arma. A briga entre os dois teria sido motivada porque o soldado tinha saído para almoçar e demorou mais tempo que o combinado para retornar, conforme divulgado pelo UOL.
“A atitude viola frontalmente os valores fundamentais da instituição, especialmente a disciplina, a hierarquia, o profissionalismo, a honra e a dignidade humana, exigindo assim punições severas, na medida de sua gravidade”, afirmou a corporação, em nota enviada ao UOL.
Em Franca, onde a PM tem o 15º Batalhão, não há o registro público desse tipo de desentendimento.
*Se quiser enviar uma proposta de matéria ou foto que queira compartilhar, envie para gente no F3 Notícias Whatsapp (16) 99231-0035.