O turismo pode ser o novo agronegócio em termos de potencialidade econômica. Tanto no agro quanto no turismo, o Brasil está no topo das vantagens comparativas mundiais. O agro tem maior potencial de exportação, mas o turismo tem a vantagem de ter ainda mais efeitos positivos urbanos e sociais, mais qualidade de vida, empregos e oportunidades. A dimensão do turismo é tão grande que o setor deverá gerar um terço das novas vagas no planeta pelos próximos dez anos, segundo projeção do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês).
Por isso, temos trabalhado incansavelmente para colocar o turismo no centro da agenda econômica e social. Em São Paulo, sob o comando do governador Rodrigo Garcia também tivemos o apoio do atual e do ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Carlão Pignatari e Cauê Macris, respectivamente, para aprovação de importantes leis, que produziram avanços significativos no turismo paulista. Pude abordar uma parte desses projetos na entrevista que concedi às “páginas azuis” da revista IstoÉ Dinheiro de 7 de setembro, que teve como título “O Brasil precisa dar ao turismo a importância do Agronegócio”.
Em São Paulo, o turismo é um dos principais pilares para a geração de emprego e renda. Este ano, o turismo deverá liderar a geração de empregos – serão mais de 80 mil empregos diretos no setor. No plano de governo de Rodrigo Garcia, está prevista a criação de 750 mil novos postos formais de trabalho no turismo paulista nos próximos quatro anos, sendo 250 mil diretos e 500 mil indiretos. Com isso, o PIB do turismo no Estado deve aumentar dos atuais R$ 220 bilhões para R$ 270 bilhões.
Para atingir esse objetivo e transformar o potencial turístico em oportunidades, temos diversos projetos em andamento. No início do mês, por exemplo, apresentamos o resultado da cooperação técnica feita entre a Secretaria de Turismo e Viagens e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que tem como foco turismo e meio ambiente.
A cooperação técnica custou US$ 250 mil, financiados pelo BID a fundo perdido, com o objetivo de estabelecer as bases de um plano de recuperação e retomada, tendo vista os impactos da pandemia. Um dos resultados é um programa de investimentos e um fundo de financiamento de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão) que irá beneficiar as regiões do Vale do Ribeira, Litoral Norte e Mantiqueira Paulista. Esse recurso será investido em estruturação de produtos turísticos, marketing e posicionamento, fomento à inovação, sustentabilidade e fortalecimento da governança turística, gestão socioambiental e financiamento à cadeia produtiva do turismo.
No Estado, estão sendo feitas ações regionais e nos municípios. Até a gestão anterior, São Paulo tinha apenas um programa de fomento, que levava recursos para os municípios promoverem o turismo e investirem em obras de infraestrutura turística, chamado Dadetur. O orçamento era de R$ 200 milhões. Elevamos esse valor para R$ 500 milhões ao ano. Uma demonstração de como trabalhamos em cooperação permanente com prefeitos.
Lançamos também novos programas, como ‘place branding’, a construção de marcas locais, como já fizemos no Vale do Ribeira com a campanha Vem pro Vale. Criamos os Distritos Turísticos em Olímpia, Serra Azul e Iguape. E investimos em muitas outras ações, como as Rotas Gastronômicas e Rotas Cênicas, planos regionais de turismo, diminuição de impostos, promoção do turismo em com cooperação com as empresas do setor turístico, crédito orientado, ensino do turismo nas escolas, entre outras iniciativas.
São Paulo, historicamente identificado com a indústria, agrobusiness, finanças e inovação agora também vai se transformando em uma potência turística – e onde houver turismo haverá emprego.
*Artigo de Vinicius Lummertz, secretário de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo