A Comissão Executiva Municipal do PT em Franca divulgou nota para repudiar o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda, que era filiado à sigla. Ele foi morto a tiros por um agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho durante festa de aniversário, em Foz do Iguaçu (PR).
A decoração da festa de Marcelo era alusiva ao PT, enquanto o agente declarava-se apoiador de Jair Bolsonaro, hoje no PL. Antes de haver a troca de tiros, testemunhas relataram que o agente gritou o nome do presidente. Esse agente também foi atingido por disparos e está na UTI.
O caso só sinaliza o nível de polarização do momento político e a iminência da violência que esse cenário favorece.
Veja a publicação:
“Manifesto pela paz e pela democracia!
O Partido dos Trabalhadores de Franca vem a público apresentar o seu repúdio ao absurdo ato de violência política praticado por um manifestante bolsonarista contra um companheiro de lutas do PT, ocorrido no último sábado, dia 09/07, em Foz do Iguaçú/PR, que culminou com a morte de um pai de família, de um amigo querido, de um ser humano que acreditava num mundo melhor para todas e todos, e que estava apenas comemorando o seu aniversário de 50 anos junto aos seus amigos e familiares.
A defesa da democracia sempre foi um dos princípios básicos e fundamentais do PT. Jogamos o jogo de acordo com as suas regras, seja em momentos de vitória ou derrota eleitoral. Defendemos firmemente as nossas posições políticas, porém respeitando até o último minuto o direito que nossos adversários têm de pensar de forma diferente.
A morte estúpida do companheiro Marcelo Arruda é consequência direta da ascensão, nos últimos anos, na sociedade brasileira, de um modo de se pensar e fazer política através do medo, da intolerância, do desrespeito e do ódio. Marcas permanentes do bolsonarismo, que se sustenta em falsas simetrias e na propagação diária e constante de notícias mentirosas e da incitação à violência contra todas as pessoas e instituições que ousam pensar e agir de forma diferente.
Aqueles e aquelas que possuem como símbolo político uma arma, hoje estão com as mãos sujas de sangue. Esse não é o Brasil que sonhamos para nossos filhos e netos. Essa não é a democracia que tantos e tantas deram as suas vidas para que conquistássemos. O direito de escolher, a liberdade de pensamento e de credo, o direito de se organizar pressupõem o dever de respeitar as diferenças e o exercício do diálogo como ferramenta única de resolução dos conflitos de ideias.
A disputa política deve se estabelecer no campo das ideias e em torno de projetos políticos capazes de representar cada modo de ver e sentir o mundo. O contrário disso, é a não-política, o contrário disso é a barbárie, o fascismo. Não deixaremos que o medo nos retire o direito de sonhar com um país melhor, com um mundo melhor. Resistiremos sempre, alertando a todas as forças democráticas que hoje foi um companheiro do PT que perdeu a sua vida para o obscurantismo, mas que amanhã, nenhuma vida estará segura se não lutarmos por justiça e permitirmos que o fascismo ecoe ainda mais forte.
Conclamamos as forças democráticas para caminharem unidas em torno do mesmo ideal de igualdade e fraternidade que guia o fazer político dos homens e mulheres no mundo civilizado.
Aos familiares e amigos do companheiro Marcelo Arruda, toda a nossa solidariedade nesse momento de profunda consternação e dor. Sintam-se abraçados por toda a militância do Partido dos Trabalhadores de Franca. Não arredaremos o pé de nossa missão fundamental, que é a de lutar por um país democrático, onde haja justiça social, sem fome e sem miséria. Um Brasil de todas e todos. O Brasil do amor e da esperança!
Companheiro Marcelo Arruda, presente!”