Os casos da Síndrome de Mão-Pé-Boca “explodiram” em Patrocínio Paulista. A situação foi divulgada pela secretária de Saúde do Município, Fabiana Figueiredo.
Ela explica que entre os alunos do berçário 2 da Creche Inês Couto Rosa já somam 10 casos, outros dois de alunos que frequentam a sala ao lado e, durante esta quinta-feira (06), houve relatos de várias ocorrências em outras unidades de ensino do município.
Com base nisso, a Secretaria de Educação suspendeu as aulas em toda as creches e na Cmei Gercyra de Andrade nesta sexta-feira para higienização e assepsia dos espaços, a fim de dar mais segurança para as crianças que frequentam o ambiente. Na segunda-feira, eram sete casos no berçário 2, primeiro local em que os casos foram identificados, o que fez a secretaria, com o aval do Ministério Público, suspender as aulas na sala por uma semana. “Agora à tarde, parece que o negócio começou a explodir. Então não consigo passar um número exato”, disse Fabiana, que citou que várias professoras relataram novos casos em outras escolas.
A expectativa com a suspensão das aulas no berçário na segunda-feira era de que se conseguiria barrar a transmissão, mas como se trata de uma doença viral altamente contagiosa e que, em muitos casos, as crianças convivem com outras em um mesmo espaço, inclusive dentro de casa, o número de casos aumentou.
Caso parecido ocorreu em todo o Estado de São Paulo em 2023, quando foi registrado um aumento de 149% entre janeiro e março daquele ano em comparação com o mesmo período de 2022. Naqueles três meses foram registrados no Estado 391 surtos, valor maior do que os registrados em todo o ano de 2022, com 387 ocorrências. Goiás, Tocantins, Santa Catarina e Rio Grande do Sul passaram pelo mesmo problema em 2023 e 2024.
Pelo fato de ser altamente transmissível, alguns cuidados são fundamentais para evitar que haja a proliferação da doença, mesmo dentro de casa. Entre eles, não compartilhar talheres e copos, lavar objetos usados pelas crianças e higienizar a casa.
Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde, do Ministério da Saúde, a doença mão-pé-boca é uma enfermidade contagiosa causada pelo vírus Coxsackie que habitam normalmente o sistema digestivo e também podem provocar estomatites (espécie de afta que afeta a mucosa da boca). Embora possa acometer também os adultos, ela é mais comum na infância, antes dos cinco anos de idade. O nome da doença se deve ao fato de que as lesões aparecem mais comumente em mãos, pés e boca.
Diferença com a catapora
Tanto a catapora quanto a Mão-Pé-Boca são doenças causadas por vírus, mas, apesar de terem muitas semelhanças, existem alguns sintomas que facilitam a diferenciação das duas viroses.
“Na catapora, as lesões se espalham por todo o corpo e se concentram mais no tronco. Além disso, podem ser encontradas, ao mesmo tempo, lesões nos diversos estágios evolutivos, com manchas, pequenas bolhas e crostas”, esclarece o médico epidemiologista e orientador da Célula de Vigilância e Prevenção de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da Secretaria de Saúde do Ceará, Carlos Garcia.
Já na síndrome mão-pé-boca, as lesões se concentram nas mãos e nos pés, mas podem avançar para braços e pernas. “As lesões têm a mesma forma em todo o corpo, todas estão no mesmo estágio”, explica o médico.
Com O Fato de Patrocínio Paulista