Uma equipe de pesquisadores do Japão e dos Estados Unidos conseguiu reviver micróbios que estavam presos no fundo do mar há mais de 100 milhões de anos. “Queríamos saber quanto tempo os micróbios poderiam sustentar sua vida em uma quase ausência de alimentos”, destacou Uiki Morono, microbiologista da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha e da Terra.
Após dar o alimento correto e um pouco de oxigênio para os seres, eles voltaram à vida. Apesar de saber que há vida em sedimentos profundos nos continentes, onde tem muita matéria orgânica enterrada, o geomicrobiologista Steven D’Hondt, da Universidade de Rhode Islande, afirma que o que foi descoberto é que “a vida se estende no fundo do oceano, do fundo do mar até o porão rochoso subjacente”.
Os micróbios foram retirados do solo do Giro do Pacífico Sul, região próxima ao leste da Austrália que é conhecida como uma das partes oceânicas com maior limitação de comida e vida devido ao acúmulo de poluição plástica. Em 2010, uma expedição coletou sedimentos a uma distância de 75 metros baixo do fundo do oceano que, na região, possui quase seis quilômetros de profundidade.
Os micróbios encontrados receberam um impulso de oxigênio e foram alimentados com substratos contendo carbono e nitrogênio. Depois, foram selados e incubados em frascos que só foram abertos em três oportunidades: após 21 dias, seis semanas e 18 meses. “Descobrimos que até 99,1% dos micróbios depositados em sedimentos 101,5 milhões de anos atrás ainda estavam vivos e prontos para comer”, destacou Morono.
Após a incubação, os pesquisadores determinaram que os micróbios eram bactérias. Alguns dos seres quadruplicaram em número depois de 68 dias. “Isso mostra que não há limites para a vida nos antigos sedimentos dos oceanos”, destacou D’Jondt. “Eles podem acordar, crescer e se multiplicar”, finalizou.
Micróbios no fundo do mar
Em 2013, cientistas se surpreenderam ao descobrir micróbios crescendo em rochas vulcânicas localizadas no fundo do mar, no noroeste do Pacifico. Os sedimentos eram considerados jovens, já que ainda estavam quentes o suficiente para provocar reações químicas com a água do mar. A partir desses fenômenos, os pequenos organismos encontrados extraíam sua energia.
Agora, em descoberta semelhante, um grupo de cientistas da Universidade de Tóquio encontrou células vivas dentro de uma crosta oceânica extremamente velha e fria no meio do Pacífico Sul. Ainda não foi determinado como esses micróbios conseguiram sobreviver, já que as reações químicas envolvendo o calor da rocha e a água do mar não aconteciam.
*Matéria Olhar Digital
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