O Departamento de Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (14/3) a imposição de sanções a um homem apontado como responsável por lavar dinheiro da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). De acordo com Washington, o criminoso é um “operador-chave” responsável pela lavagem de “centenas de milhões de dólares” para o PCC, classificado pelas autoridades americanas como “a mais notória organização criminosa do Brasil e uma das maiores da América Latina”. Por isso, ele teve todas as propriedades e ativos registrados nos Estados Unidos bloqueados.
“Com uma extensa rede ao redor da América Latina, assim como uma presença global em expansão, o PCC representa uma das mais significativas organizações de tráfico de narcóticos na região”, disse o subsecretário do Tesouro dos EUA para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian Nelson, que esteve em 17 de agosto de 2022 na sede do MPSP, em São Paulo, para tratar da cooperação entre a instituição e o governo americano no que concerne ao combate às organizações criminosas com atuação transnacional. O acordo entre o Departamento do Tesouro e o MPSP resultou na implementação de um fluxo de informações que viabiliza a aplicação das sanções a integrantes do PCC e a empresas utilizadas pela organização criminosa para lavagem de dinheiro.
O alvo dos americanos tinha sido condenado em novembro de 2022 a 7 anos e 11 meses de prisão por tráfico de drogas. De acordo com a sentença, o réu, denunciado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), lavou mais de R$ 1 bi para o PCC. Mesmo preso, ele ainda permaneceria ativo, dando ordens da cadeia, disse o Departamento do Tesouro, mencionando que ele foi apontado como um dos envolvidos no assalto a uma agência do Banco do Brasil em Uberaba (MG), em 2019.
As sanções também impedem quaisquer transações de cidadãos norte-americanos ou de pessoas residentes ou em trânsito pelos Estados Unidos envolvendo as propriedades ou interesses ligados ao integrante do PCC, sob pena de punições cíveis e criminais.