Os setores de comércio e serviços tem mais peso na economia de Franca quando o assunto é geração de emprego na cidade e movimentação da economia local. Só o comércio tem 14.418 empresas em funcionamento, enquanto o serviço possui 19.315. Na relação de emprego, o setor de serviços conta com 33.811 empregados, enquanto o comércio contrata 26.832 trabalhadores. Por isso, quando essas duas frentes enfrentam dificuldades financeiras, a repercussão é grande na sociedade.
Como comparativo, a indústria é o terceiro setor que mais emprega gente em Franca, com 23.317 pessoas, e está também em terceiro lugar quando se trata de principais setores econômicos do município, com 9.709 unidades abertas. Esses dados são do Instituto de Economia da Associação do Comércio e Indústria de Franca (IE-Acif).
É bem verdade que a pandemia do novo coronavírus afetou duramente a área de comércio e serviços. Os restaurantes e bares foram alguns dos estabelecimentos que mais flutuaram nessa crise porque precisaram ficar fechados ou atendendo de forma precária, sem receber os clientes.
E mesmo que a pandemia do novo coronavírus ainda não tenha acabado e Franca persiste como uma das cidades em todo o Estado que tem maior taxa de contágio do vírus SARS-CoV-2, dezenas de empresários do setor de bares e restaurantes estão mirando o futuro para seguir investindo. Ninguém aposta que o cenário vai mudar no curtíssimo prazo, mas há uma perspectiva de avanço e esperança que o consumidor está cada vez mais aguardando para que com a doença controlada, possa voltar a sair e consumir.
O empresário Antonio Carlos Martins Ribeiro está nesse grupo que vem acreditando em melhores perspectivas. Ela inaugurou recentemente restaurante e choperia no complexo do Galo Branco. A região é conhecida por concentrar um grande fluxo de pessoas quando a pandemia ainda não tinha chegado em Franca. Ele prevê que o movimento de pessoas vai se consolidar com o tempo e quem quer investir deve focar no pós-pandemia.
“Um amigo tinha adquirido a churrascaria e entrei na sociedade. Depois, fiquei com 100% do local e entendo que ali é um bom negócio. A cidade tem demanda nessa área e eu penso até em abrir filiais fora de Franca em um futuro. Tenho esse planejamento. A pandemia causou estragos. Bares e restaurantes fecharam, mas acredito que estamos caminhando para um fim desse ciclo”, analisou o empresário.
Ele comenta que os diversos setores econômicos agora têm um aprendizado melhor sobre como lidar diante de um cenário difícil. Antonio Carlos, além da churrascaria, atua na construção civil. “A gente aprendeu em como lidar com esse tipo de problema. Se a gente não nos apavoramos, seguirmos uma linha mais tranquila de investimento e ter planejamento, vejo que no curto prazo vamos ter os resultados, principalmente na área de prestação de serviço, na área de alimentação e gastronomia. Isso é uma necessidade das pessoas terem uma qualidade na alimentação”, pontuou.
O estabelecimento dele estava previsto para abrir quando houve a determinação que Franca entraria em lockdown por 15 dias. A medida foi um freio grande, mas o movimento está sendo restabelecido depois que houve a permissão para funcionamento, mesmo que as medidas de biossegurança continuem sendo necessárias.
“Assim que voltamos do lockdown (que terminou em 10 de junho), houve uma procura pequena. Mas, na segunda semana isso já começou a se intensificar e agora mais ainda. Nos dois últimos domingos tivemos uma boa procura. Está atendendo a todas as expectativas”, reconheceu.
Conforme a Acif, um olhar atento dos governos para o setor de serviços e comércio é necessário para reduzir os impactos sociais gerados pela covid-19. “Os serviços se revelam como os setores que abrigam mais empresas na cidade de Franca. São os que mais empregam e responsáveis por movimentar 79% do PIB local”, afirmou o presidente da ACIF, Tarciso Bôtto.
A participação do comércio/serviços no total do valor adicionado do PIB foi medido pelo IE-Acif em 79,6% do valor global de R$ 7.143.613,27. Esse PIB foi medido pela última vez em 2018.
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