O Brasil vive um novo surto de dengue. Levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde aponta que o número de casos da doença no Brasil subiu quase 185% entre janeiro e outubro deste ano na comparação com o mesmo intervalo de tempo do ano passado, alcançando a marca de 1,3 milhão de notificações. Neste período, foram registradas 909 mortes.
Em julho, a Secretaria Municipal de Saúde de Franca contabilizou o total de 14 mortes causadas por dengue, em sua condição mais grave. Esse número é um recorde registrado no município. Pelo menos desde 2013 que a cidade não tinha tinha registro de mortes pela doença. Além das mortes, houve um aumento significativo de casos positivos. Em 2021, foram 224 casos registrados na cidade. Neste ano, até 11 de julho, houve 5.625 registros, número 25 vezes maior na comparação.
Segundo Natalia Verza Ferreira, cientista, doutora em Genética e Biologia Molecular e diretora da Oxitec do Brasil, esse cenário decorre do fato de que o Aedes aegypti tem se adaptado e descoberto novas formas de se reproduzir, inclusive em água suja, o que não ocorria há alguns anos. Com a proximidade do período de chuvas, a especialista diz que é preciso redobrar a atenção e os cuidados para evitar a formação de criadouros do mosquito, que também transmite zika, chikungunya e febre amarela urbana. Algumas dicas que podem fazer muita diferença no combate ao mosquito:
- Colocar tela e verificar se a caixa d’água está bem tampada;
- Deixar as lixeiras sempre bem tampadas;
- Colocar areia nos pratos usados em vasos de plantas;
- Recolher e acondicionar o lixo do quintal;
- Deixar calhas sempre limpas;
- Cobrir piscinas;
- Limpar e tampar os ralos;
- Deixar as tampas dos vasos sanitários sempre fechadas;
- Limpar a bandeja externa da geladeira;
- Limpar e guardar as vasilhas dos bichos de estimação;
- Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado;
- Cobrir cisternas e poços, assim como outros reservatórios de água;
- Evitar acúmulo de água em objetos pequenos, como tampas de garrafa e bordas de baldes e bacias;
- Colocar telas nas janelas.
Natalia diz, também, que é preciso atualizar os protocolos de controle do Aedes aegypti descritos no Programa Nacional de Combate à Dengue (PNCD), incorporando soluções sustentáveis que já foram, inclusive, aprovadas para uso no Brasil, como o Aedes do Bem — inseto com genes autolimitantes que auxilia no controle do mosquito Aedes Aegypti de forma segura e ambientalmente sustentável. Segundo ela, esse é um esforço coletivo, que deve reunir a população, empresas e o poder público.
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