Tido como um dos favoritos para ser candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro ao lado da advogada Janaina Paschoal, o herdeiro da família real brasileira e deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) acabou sendo preterido pelo general Hamilton Mourão, que acabou vencendo as eleições ao lado do capitão da reserva. Parlamentares do PSL relataram, no entanto, que o presidente estaria arrependido da escolha e teria pedido desculpas para o príncipe durante a reunião que convocou para comunicar sua saída do partido.
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Agora, Orleans e Bragança afirma que um dossiê preparado pelo ex-secretário-geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno, fez com que Bolsonaro descartasse a possibilidade do herdeiro do trono compor a chapa. “Bebianno armou e não queria que eu fosse o vice. Ele disse ao presidente que haveria um dossiê que tinha fotos minhas, segundo um amigo me contou na ocasião. O dossiê foi usado porque era domingo de manhã e era o último dia para protocolar quem seria o vice. Ele [Bolsonaro] não queria colocar um militar, inicialmente”, declarou Orleans e Bragança, em entrevista à revista Época.
“Sei que esse tipo de armação ocorre a todo momento. Sei que circulam informações falsas. O dossiê era de fotos que eu fazia uma suruba gay e que eu batia em mendigo”, continuou o deputado federal. O também parlamentar Alexandre Frota confirmou que Bolsonaro chegou a lhe questionar se ele sabia sobre a sexualidade do herdeiro do trono. “Me perguntou se eu sabia se o príncipe era gay. Disse que não sabia”, disse o deputado, que rompeu com Bolsonaro e deixou o PSL rumo ao PSDB.
Antes braço direito de Bolsonaro e responsável pela ida do então deputado federal para o PSL, Gustavo Bebianno foi o primeiro ministro a perder o emprego, logo no segundo mês de governo, após um desentendimento com o presidente e com um de seus filhos, Carlos Bolsonaro.