O Complexo Viário da Champagnat vai ser entregue nesta quarta-feira, 23, pela Prefeitura de Franca, às 11h. Haveria cerimônia nesta terça-feira, 22, mas a chuva impediu o evento. O volume de chuva que caiu na cidade criou inundações em várias partes, inclusive onde foi feita o complexo viário. A Prefeitura de Franca não confirmou se a chuva causou danos na obra.
O evento previsto é para homenagear a memória de William Wanderley Jorge. Estava prevista a presença de amigos e familiares do procurador de Justiça e professor da Faculdade de Direito de Franca (FDF).
As equipes de engenharia de tráfego realizaram testes do sistema semafórico que vai auxiliar no controle de tráfego nesse cruzamento em nível. O projeto foi montado pela Prefeitura e a vencedora da licitação para executá-lo foi a empresa de engenharia Autem.
A obra representa para o atual prefeito, Gilson de Souza (DEM), um marco na sua administração. O cruzamento de nível era uma proposta que existia para a região há mais de 10 anos, mas nunca tinha sido executada. A construção foi realizada em prazo de cinco meses. Apesar da inauguração, alguns detalhes de jardinagem ainda precisam ser concluídos.
O custo da obra foi de R$ 3,1 milhões. O recurso público empregado é referente a royalties que a Prefeitura recebeu com relação ao pré-sal. O contrato para a construção foi assinado no dia 19 de junho e em agosto o Ministério Público Estadual questionou o processo licitatório na Justiça.
A licitação para a realização da obra, certame 03/2020, previa que empresas em recuperação judicial deveriam apresentar cópia da nomeação do administrador judicial e declaração que o plano de recuperação estivesse sendo cumprido. A Autem não apresentou essa documentação. Porém, o processo sofreu atrasos. Por conta de um erro no sistema da Justiça Estadual, as notificações para que a Prefeitura manifestasse nessa ação atrasaram para ser enviadas.
Sobre o homenageado
Wiliam Wanderley Jorge faleceu em janeiro de 2014 aos 73, em São Paulo. Era procurador do Estado apontado e realizava tratamentos cardíacos, depois de um procedimento cirúrgico para colocação de pontes de safena. Conduzia à época do seu falecimento com os filhos a banca de advocacia Lemos Jorge.
Formado advogado, prestou concurso para promotor de Justiça em 1962. Aprovado, ingressou na Promotoria Pública e se aposentando-se em 1995 na condição de Procurador de Justiça na capital paulista. Atuou na Faculdade de Direito de Franca como docente de direito penal. Mais tarde, tornou-se diretor da faculdade.
Escreveu vários livros em sua área de atuação — o último, Direito Penal Tributário. Nos últimos anos, exercitou docência na Faculdade de Direito de São Paulo e foi consultor da banca de advocacia Lemos Jorge.
Integrou, no início da década de 80, o quadro societário da Francal Feiras. Como seu diretor jurídico, conduziu a transformação da empresa, de economia mista para sociedade anônima, conforme exigiu o Ministério da Indústria e Comércio da época para que a promotora pudesse levar a Feira Francal para São Paulo e lá se tornar uma das promotoras referenciais do mercado de eventos tecno-setoriais no país.
Era filho do jornalista Tuffy Jorge (diretor do jornal O Francano) e Lydia Jorge, irmão de Wellington Roberto Jorge (Promotor de Justiça aposentado). Ele foi casado com Maída Lemos Jorge por 43 anos. O casal teve cinco filhos, Plínio, Murilo Jorge, promotor de Justiça em Franca, André Jorge, advogado, Estevão, promotor de Justiça e Rossana, advogada. A propositura com sua denominação de seu nome ao Complexo Viário, partiu do prefeito Gílson de Souza, com Lei aprovada pela Câmara de Vereadores (nº 8.914), de 29 de maio deste ano.
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