Seguindo uma tradição dos Estados Unidos, o Exército Brasileiro quer criar um jogo próprio, chamado de ‘Missão Verde Oliva’. A ideia, segundo o Estado-Maior do Exército, é “criar impressões positivas principalmente nas faixas de 16 a 24 anos”. Para isso, o jogo terá “muita ação”.
No entanto, foi destacado que o game, se produzido, não terá “sangue em demasia” e nem combates em favelas brasileiras ou na praça dos Três Poderes, em Brasília. A intenção é que o shooter utilize elementos popularizados por títulos como ‘Rainbow Six’ e ‘Counter-Strike‘.
Nos EUA, a série ‘America’s Army’ foi criada com o mesmo objetivo. Com quatro títulos lançados – e com o quinto em desenvolvimento -, o game é usado em situações de treino reais, além de ser visto como uma ferramenta para auxiliar no recrutamento.
Por lá, segundo uma pesquisa publicada pelo Massachusetts Institute of Technology em 2008, 30% dos jovens melhoraram a visão que tinham dos militares após jogar o título. O game brasileiro, assim como o norte-americano, deve ser online e tem o objetivo de, se criado e lançado, atingir três milhões de usuários em dois anos.
Produção do título
Por enquanto a ideia não passa de um conceito. As diretrizes iniciais do projeto foram publicadas em 10 de junho. A partir da data, um grupo composto por oito militarem têm até três meses para apresentar um relatório de viabilidade para o game.
O Exército considera que o jogo deve ter um risco de rejeição baixo, já que esse é um mercado consolidado no país. O texto divulgado também lista uma série de restrições que devem ser adotadas.
O documento especifica que haverá combate urbano, mas nunca em “comunidades em situação de fragilidade social”. Além disso, “o game não deverá mostrar sangue em demasia para evitar a ideia de violência exagerada”.
Outras diretrizes apontam que o título deve “representar características do território brasileiro” e possuir personagens que indiquem “a composição étnica e social” do país.
Sistema do game
A ideia é que ‘Missão Verde Oliva’ tenha até 15 mil jogadores online simultaneamente, sem oposição entre eles. O game deve se passar em 2025, isso para evitar ser atribuído ao “momento político atual”.
Todos os jogadores farão parte do Exército Brasileiro e devem combater um inimigo fictício, que está proibido de ter qualquer semelhança com adversários combatidos na vida real. As missões serão variadas e os usuários poderão utilizar todo o armamento utilizado pelas Forças Armadas.
Para impedir que os jogadores matem uns aos outros, um sistema de punição será criado. As ações que vão contra as regras serão julgadas por uma corte marcial online e podem resultar em exclusão temporária do usuário.
Por fim, se o projeto for aprovado, um desenvolvedor brasileiro deverá ser contratado seguindo o modelo de licitação. Com todas as diretrizes definidas e a iniciativa autorizada, a ideia do Exército é lançar ‘Missão Verde Oliva’ em 2021.
*Matéria Olhar Digital
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