Centenas de pessoas aglomerando-se na Avenida Champagnat no domingo (23), festas clandestinas e funcionamento de bares sem o cumprimento das regras do decreto municipal. Parte da população em Franca escolheu não acatar às restrições determinadas pela Prefeitura com o decreto nº 11.268, de 19 de maio de 2021, na tentativa de conter o contágio da covid-19 no município. Por conta desses registros ocorridos entre dia 20 de maio e este domingo (23), uma nova reunião foi convocada pelo prefeito Alexandre Ferreira (MDB) com vereadores, entidades de classes e hospitais. Às 18h haverá comunicado oficial sobre novas regras.
A pauta de discussão foi relatar que as tentativas de frear as aglomerações falharam em partes e que novas regras precisam ser editadas para tentar restringir a circulação de pessoas. Nesse cenário, houve a discussão sobre a possibilidade de Franca com lockdown, mas não houve sinalização que essa será, de fato, a medida a ser determinada pela Prefeitura.
O próprio prefeito não é completamente favorável a fechar a cidade e restringir o transporte público, diante de outras posturas que tomou desde janeiro de 2021.
A reunião realizada na manhã desta segunda-feira (24) serviu para que Alexandre Ferreira detalhasse as condições do município com a pandemia. A cidade está com 590 mortes causadas por complicações da covid-19 desde abril de 2020. Os leitos de UTI SUS em Franca e na região não suportam a demanda de pacientes há mais de um mês e o Pronto Socorro Dr. Álvaro Azzuz já se transformou em um hospital, mesmo sem a estrutura necessária e a autorização do Ministério da Saúde.
Participaram desse encontro representantes do Grupo Santa Casa, vereadores, representante da Unimed Franca, entidades de classe como o Sindifranca e ACIF, além de outras pessoas ligados a setores econômicos e da administração pública.
Além disso, Franca não consegue atender à demanda por exames em uma velocidade necessária. A fila de espera para receber exame é de 3.436 pessoas e o resultado sai, na média, com 10 dias de aguardo. O ciclo do vírus é de cerca de 15 dias. Com isso, o município não consegue ter controle real de quem foi infectado e quem não foi.
Quem participou do encontro desta manhã relatou que existe uma preocupação muito grande da administração municipal em não conseguir aplicar medidas de contenção sobre a aglomeração de pessoas.
Outro fato acrescentado ao cenário é que as mortes de francanos em diferentes faixas etárias segue crescendo. A Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) indicou crescimento de 136% nos registros de óbitos de pessoas na faixa etária de 40 a 49 anos em abril deste ano, na comparação com o período que vai de março de 2020 a março de 2021. A faixa etária que vai dos 50 aos 59 anos viu o aumento do número de óbitos crescer 111% em relação à média para esta faixa etária desde o início da pandemia. Outra faixa etária que registrou crescimento foi a de pessoas entre 60 e 69 anos, onde houve um aumento de 87% no período.
Assista, ao vivo, o anúncio das novas medidas:
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