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Franca enfrenta um novo colapso, deste vez na área do transporte público municipal

Foto: Divulgação/Revista do Ônibus

A São José, concessionária que opera o transporte coletivo urbano em Franca, tenta na Justiça a garantia de manter em funcionamento a maioria da sua frota. A empresa protocolou ação na sexta-feira (18) com pedido para ter uma frota mínima em circulação na cidade.

“A concessionária, que teve a sua saúde financeira ainda mais abalada desde o início da pandemia, ficou sem receita alguma durante o período de lockdown. Durante duas semanas, por força de decreto municipal, como nenhum passageiro foi transportado, a concessionária não conseguiu efetuar o pagamento dos seus compromissos com os seus funcionários e fornecedores”, informou a concessionária, por meio de nota. Franca ficou no período de lockdown entre os dias 27 de maio e 10 de junho.

Como deixou de pagar funcionários, sendo que os salários vêm sofrendo atrasos no pagamento há meses, os funcionários estão de braços cruzados. “A São José esclarece que, em momento algum, teve a intenção de trazer qualquer tipo de desconforto aos seus funcionários e à população. Desde o início do ano passado houve queda acentuada no transporte de passageiros, além dos constantes reajustes nos preços do diesel, pneus, mão de obra, peças e acessórios, lubrificantes, veículos e demais componentes da ‘cesta de transporte'”, justifica a São José.

A concessionária divulgou que caso a paralisação realizada pelo Sindicato dos Motoristas de Franca e Região for mantida por tempo indeterminado, a situação do transporte público na cidade deve se tornar ainda mais prejudicada.

No meio desse turbilhão, a Câmara de Franca analisa nesta terça-feira (22) à tarde proposta da Prefeitura de Franca para conceder auxílio emergencial para a concessionária no valor de R$ 1,35 milhão.

O projeto de lei n° 77/2021, proposto pelo Executivo, está envolvido em várias polêmicas porque desde o ano passado houve tentativas de se aprovar esse auxílio, mas nada foi avançado na Casa de Leis. O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) justificou neste ano que o projeto informando que o governo municipal irá comprar passes e distribuir para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade.

“A iniciativa consiste no fornecimento de passagens de transporte coletivo para usuários dos serviços de saúde, assistência social, desenvolvimento e educação técnica e profissional prestados pelo município de Franca. Poderá requerer o benefício quem estiver em situação de vulnerabilidade social. As passagens serão fornecidas no cartão comum através do SIT (Sistema Integrado de Transporte de Franca). Para financiar o projeto, a Prefeitura pretende abrir créditos adicionais em seu orçamento no valor total de até R$ 1,35 milhão”, especificou nota da Câmara.

Pandemia e o transporte municipal

Com as novas regras de funcionamento do transporte municipal na cidade, os ônibus podem circular com limitação de 50% da sua capacidade. Também estão funcionando o transporte por aplicativo, táxi e mototáxi.

Logo quando a pandemia do novo coronavírus iniciou, em março de 2020, a São José fez a demissão de 51 funcionários em maio do ano passado como forma de corte de custos. A empresa alegou redução de até 80% no número de passageiros, apesar de 40% da frota continuar funcionando, para realizar os cortes.

Em 2020, com o governo de Gilson de Souza (DEM), houve a possibilidade de a Prefeitura repassar até R$ 180 mil por mês para a São José. O projeto foi barrado na Câmara.

O presidente da Comissão de Obras, Serviços Públicos e Atividades Privadas na Câmara de Franca, Zezinho Cabeleireiro (PP), que analisa as questões do transporte público municipal na cidade, disse na tarde desta segunda-feira (21) que a empresa São José realizou apenas uma reunião na Casa de Leis para informar sobre a situação financeira e dificuldade continuar operando. Ele garantiu que irá votar contra o auxílio emergencial para a concessionária. “É complicado usar o recurso que seja da covid para ir para uma empresa. Entendo que a Prefeitura terá de usar outro meio. Meu voto vai ser contra (nesta terça-feira)”, disse.

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