Policiais civis do Rio de Janeiro e de São Paulo iniciaram nesta quinta-feira (10) mais uma fase da Operação Contenção, com alvo em Franca. Essa investigação busca atingir uma rede de lavagem de dinheiro que atende as maiores facções criminosas do país: o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo as investigações, o esquema movimentou R$ 6 bilhões em 1 ano e até criou um banco digital para ocultar os recursos provenientes do tráfico de drogas. A quadrilha ainda operava fintechs e contava com intermediadoras de pagamento, e nada tinha autorização do Banco Central. O grupo contava ainda com empresas de fachada.
Agentes saíram para cumprir 46 mandados de busca e apreensão no RJ e em SP. Em Franca, um foragido da Justiça foi preso. No Estado, além de Franca, há conexões das facções em Santos, Praia Grande e região metropolitana de São Paulo.
Ao todo, 22 empresas são investigadas no inquérito. Segundo a polícia fluminense, esta é a maior operação já realizada contra o CV.
“A Polícia Civil deflagra, nesta quinta-feira (10/04), a maior operação já realizada contra o Comando Vermelho. A ação faz parte da Operação Contenção e mira o núcleo financeiro da facção criminosa que movimentou aproximadamente R$ 6 bilhões em um ano, valor que representa o maior pedido de bloqueio patrimonial da história da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Além disso, 46 mandados de busca e apreensão são cumpridos tanto na capital fluminense quanto em municípios do estado de São Paulo”, divulgou a corporação do RJ, em nota.
As Delegacias de Roubos e Furtos (DRF), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), do Departamento-Geral de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) e da Polícia Civil de São Paulo estão a frente da operação.
“De acordo com a investigação, o núcleo financeiro do Comando Vermelho tem ramificações no estado paulista, com ligação direta com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). O grupo atuava no esquema de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas. Para isso, eles usam uma rede estruturada que inclui bancos digitais, fintechs, intermediadoras de pagamento ilegais, empresas de fachada e plataformas contábeis, tudo sem autorização do Banco Central”, detalharam os investigadores do Rio de Janeiro.
Com as prisões e cumprimento de mandados de busca e apreensão, a Polícia Civil tenta asfixiar financeiramente o crime organizado, atingindo sua base logística. Ao cortar o fluxo de dinheiro do crime organizado, as autoridades também esperam atingir o tráfico de armas e drogas. Esses recursos também financiam as disputas por expansão territorial em comunidades da Zona Oeste do Rio.
A grande movimentação financeira do Comando Vermelho envolve ataques que a facção tem feito para avançar no tráfico de drogas na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
*Com G1
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