Uma falha no sistema anti congelamento do avião que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo, é uma das principais hipóteses para o acidente que provocou a morte de 62 pessoas. O problema teria provocado um acúmulo de gelo na aeronave, que fez com que ela começasse a girar “em parafuso chato”, condição chamada de estol, até colidir com o solo.
O piloto teria pedido permissão à torre de comando para reduzir sua altitude, dizendo que os níveis de gelo estavam muito elevados. A torre de controle teria negado a solicitação.
Ao Metrópoles, o especialista em aviação Roberto Peterka afirma que, se aeronave estivesse em uma altitude mais elevada, o gelo poderia ter derretido, fazendo com que o avião retomasse as condições normais de voo.
“Ele veio numa perda de controle em voo. A hipótese provável é justamente a formação de gelo. O gelo acaba se formando nas asas e altera o perfil aerodinâmico, e aí a aeronave perde a sustentação e vem para o chão. Provavelmente, se ele tivesse mais altura, o gelo poderia descongelar, e ele adquirir as condições de voo normal.”
A queda foi registrada em vídeo por diferentes ângulos. Nas imagens, é possível ver o avião caindo verticalmente até atingir o quintal de uma casa no condomínio no bairro Capela.
O avião caiu cerca de 5 km em menos de dois minutos.
O avião PS-VPB, de matrícula PTB 2283, saiu de Cascavel, no Paraná, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Entre as vítimas, estão 58 passageiros e quatro tripulantes. Eles ainda não tiveram as identidades reveladas. Segundo o Governo de São Paulo, os corpos devem ser encaminhados para Instituto Médico Legal (IML) de Campinas, cidade vizinha. É possível que IMLs de outros municípios também sejam utilizados.
Em nota, a Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), foi acionada para atuar na ocorrência da queda da aeronave da Passaredo, de matrícula PTB 2283, registrada na tarde desta sexta-feira (9/8), em Vinhedo (SP).
Investigadores do órgão e do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), órgão regional do Centro, localizados em São Paulo, já estão a caminho para realizar a Ação Inicial da ocorrência.
*Metrópoles