Os jovens estão impulsionando a disseminação do novo coronavírus nas Américas, disse a diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, nessa terça-feira (25), observando que os números de mortes e de casos dobraram na região nas últimas seis semanas.
Em Franca, por exemplo, a faixa de idade entre 20 a 29 anos é a segunda que mais se infectou entre março e este dia 25 de agosto. Já foram 768 pessoas. Ao mesmo tempo que há um grande número de pacientes, é zero o número de mortalidade nesta faixa etária e mais baixa a internação em estado grave. O grupo que mais foi contaminado está na faixa dos 30 a 39 anos, com 835 pessoas. Na cidade já houve morte de pessoas nessa faixa etária e a internação em UTIs também é maior em comparação com os jovens.
Sobre a situação de forma mais ampla, tratando-se das Américas, em videoconferência com repórteres, Etienne criticou os governos que precipitaram as reaberturas econômicas, apesar dos dados que mostram o agravamento da pandemia. “Isso não é um bom sinal. Desejar que o vírus desapareça não funcionará”, disse ela, detalhando o que descreveu como “desconexão real” entre a flexibilização das medidas de contenção e a disseminação contínua do vírus.
A Opas é o braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) nas Américas, com sede em Washington.
Desde julho, os casos do novo coronavírus nas Américas mais do que dobraram, para cerca de 12 milhões de infecções confirmadas, enquanto as mortes dispararam, aproximadamente na mesma taxa de aceleração, para cerca de 450 mil, de acordo com dados da Opas.
Etienne disse que a grande maioria dos casos notificados de covid-19 nas Américas ocorreu entre pessoas de 19 a 59 anos, mas que quase 70% das mortes foram entre indivíduos com 60 anos ou mais. “Isso indica que os jovens estão, principalmente, impulsionando a propagação da doença em nossa região”, acrescentou.
O recente aumento de casos em vários países caribenhos, incluindo as Bahamas, também é uma preocupação crescente, afirmou Etienne, com novas infecções não apenas causadas pelo turismo, mas também pelo regresso de residentes.
Em geral, os governos devem basear suas decisões de reabertura nos melhores dados disponíveis, expandir a testagem e contratar programas de rastreamento para melhor identificar e controlar os picos dos casos, disse ela.
Seis dos dez países mais afetados do mundo são da América, lembrou Etienne, citando os Estados Unidos, o Brasil, México, a Colômbia, o Peru e a Argentina.
*Matéria Agência Brasil, com F3 Notícias
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