Lá vem o machimbombo, alguém te avisa em Moçambique. Em Angola, te pedem calma, já que o autocarro está a passar. Machimbombo e autocarro, acreditem (!), são o mesmo veículo. No Brasil, conhecido como ônibus. Na gíria muito comum das ruas, o busão.
A par de todas as diferenças de vocabulário ou organização textual, falantes da língua portuguesa somam mais de 260 milhões de pessoas em nove países que têm o idioma como oficial. Trata-se do quinto mais usado no mundo, o terceiro no Ocidente e o primeiro no Hemisfério Sul.
Em 2009, países da comunidade lusófona decidiram que 5 de maio deveria marcar o Dia Internacional da Língua Portuguesa.
Em novembro do ano passado, a Unesco ratificou a data como Dia Mundial da Língua Portuguesa, para celebrar a pluralidade como valor identitário de tanta gente. A decisão ocorreu em Paris, durante a assembleia-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura. E as diferenças, longe de afastar, também podem unir. Nos acordos, no comércio, no turismo, na literatura, na cultura. Em Cabo Verde, chamam-se de brodas. Em Angola, cambas. Em bom brasileiro, amigos.
Aliás, quando a TV Brasil exibiu a novela Jikulumessu, o telespectador também entendeu mais sobre a língua falada em Angola. Confira expressões
Uma novidade na relação dos países lusófonos com o idioma escrito foi o acordo ortográfico que entrou em vigor no ano de 2016, mas que estava em uso desde 2009. Entre as mudanças, houve o fim do sinal do trema e novas regras para o uso do hífen e de acentos diferenciais.
O acordo havia sido celebrado no ano de 1990. Uma estimativa feita em 2013 é que, até o fim do século 21, os países de língua portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste) deverão somar 350 milhões de cidadãos pelos Estados-Membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) para padronizar as regras ortográficas.
No ano passado, a TV Brasil celebrou a data com uma homenagem aos imigrantes que trouxeram características particulares para o idioma. O vídeo trata da variedade e pluralidade da língua no país..
Com uma literatura transformadora, obras em língua portuguesa estão entre as principais do mundo. No ano de 2011, a TV Brasil explicou como a leitura pode ser transformadora no destino dos brasileiros.
Atravessando o oceano Atlântico, na África que fala português, as dificuldades dos países com a liberdade tardia e as manifestações culturais foram trazidas no ano de 2015 no programa Caminhos da Reportagem.
Veja a programação completa do Dia Internacional da Língua Portuguesa:
Terça-feira (5)
– 15h Contação de histórias, com Fernanda Raquel
– 16h Conexão musical: Cabo Verde, com Hélio Ramalho e Rafael Galante.
O músico caboverdiano Hélio Ramalho faz uma discotecagem de músicas próprias e de seu país enquanto conversa com o historiador Rafael Galante. O diálogo aproxima estes dois países de língua portuguesa em uma viagem musical.
– 17h Ortografia também é gente: uma conversa entre escritores.
A poeta mineira Ana Elisa Ribeiro conversa com o escritor português Marco Neves, o professor moçambicano Nataniel Ngomane e a poeta pernambucana Micheliny Verunschk sobre a palavra como instrumento para dar conta do que estamos vivenciando hoje.
– 18h Slam da língua portuguesa, com Roberta Estrela D’Alva e convidados.
Participação de poetas do Brasil, Angola, Moçambique e Portugal.
Interprogramas (exibidos entre as atrações)
Peripécias Poéticas: A língua portuguesa, em suas diversas tonalidades, texturas e variações, é o grande elo de Peripécias Poéticas, sob curadoria do FESTLIP – Festival Internacional das Artes da Língua Portuguesa. São pequenos vídeos de poesia vividos por atores de diversos países que falam português, como Guiné-Bissau, Moçambique, Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe.
Cartas de um outro tempo: Projeto da Revista Pessoa, “Cartas de um outro tempo” capta a realidade dramática imposta pelo coronavírus, com a experiência do confinamento, medos e relações com o outro e o mundo. Para o Dia da Língua Portuguesa, cerca de 12 autores lerão, em vídeo, suas cartas.
Pontes de Leitura: A partir do Clube do Livro do professor moçambicano Nataniel Ngomane, leitores compartilham com o público do museu trechos de seus livros favoritos.
*Matéria Agência Brasil.
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