A Comissão Especial de Assuntos Relevantes (CEAR) da Câmara de Franca criada para averiguar a escassez de leitos SUS e outros problemas enfrentados por munícipes que dependem da rede pública realizou mais uma audiência pública no Plenário da Casa de Leis francana.
Conforme o calendário, nesta segunda-feira, 20 de março, foram ouvidos os representantes da Secretaria Municipal de Saúde. A ação é mais uma etapa dos trabalhos do grupo composto por Gilson Pelizaro (presidente), Zezinho Cabeleireiro (vice-presidente), Ronaldo Carvalho (Relator), Daniel Bassi (1º suplente), Lurdinha Granzotte (2º suplente) e Marcelo Tidy (3º suplente).
Todos os vereadores do grupo participaram do encontro, que ainda contou com a presença da Secretária Municipal de Saúde Waléria Mascarenhas e diretores de vários setores da pasta.
Inicialmente, o presidente da CEAR da Saúde, vereador Gilson Pelizaro (PT), fez apresentação dos objetivos e das ações já desenvolvidas pelos parlamentares e enfatizou incongruências encontradas. “É muito cômodo para o Estado e para quem está no Palácio dos Bandeirantes assistindo a situação de forma tranquila e nós todos sendo pressionados.”
Em seguida, a Secretária Municipal de Saúde Waléria Mascarenhas fez apresentação de vários dados sobre os atendimentos prestados e destacou que o município é responsável por 81,40% dos recursos investidos para atendimento na rede pública de saúde.
Waléria também comentou sobre o aumento de demanda registrado nos últimos anos, inclusive com estatísticas comparativas apresentadas na Casa Leis.
“A atenção básica são todos os atendimentos que passam pelas unidades, desde consultas, enfermagem, foram 887 mil atendimentos somente em 2022 e 544 mil atendimentos em 2021, então, percebam a evolução e o aumento de atendimentos, só em um ano nós tivemos mais de 35 mil cadastros novos na saúde, ou seja, 35 mil pessoas que nunca usaram o sistema de saúde pública e hoje está sendo absorvido em nossa rede” enfatizou.
O vice-presidente da Cear, vereador Zezinho Cabeleireiro (PP), agradeceu a presença de todos e reforçou a sugestão de utilização da estrutura do Hospital da Caridade do Instituto de Medicina do Além (IMA). “A gente pede mais empenho porque no IMA nós votamos a regularização do zoneamento de área e hoje está apto para atender a população de Franca. Construção do novo hospital vai demorar (…) o que é melhor? O paciente ficar esperando em uma ambulância ou ser atendido no Hospital da Caridade?”
O vereador Ronaldo Carvalho (Cidadania) lamentou a pequena parcela de verbas repassadas pelo Estado e União. “O que a gente percebe é que 81,4% o município está arcando com essa demanda toda, o Governo Federal timidamente com 16,57% e o que me surpreendeu foi o Estado com 2,04%. Aí não dá, não tem condição, todos os municípios precisam de uma ajuda mais eficaz e efetiva.”
A Secretária de Saúde reforçou quais as medidas são tomadas pelo munícipio além do atendimento prestado nas unidades para aqueles pacientes que ficam à espera por internação mesmo após pedido feito na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS).
“Todos os dias eu oficializo o Ministério Público falando do número de pacientes aguardando, todas as ambulâncias que ficam paradas na porta da Santa Casa, seja vaga oito ou vaga zero, todas têm boletins de ocorrência e é encaminhado ofício tanto ao Ministério Público quanto para o DRS VIII. Todos esses óbitos que poderiam ter sido evitados se a vaga tivesse saído em tempo hábil é encaminhado ofício para o Conselho Regional de Medicina (CRM) para que faça investigação do óbito, então, tudo isso até para me resguardar enquanto secretária é feito”, disse Waléria Mascarenhas.
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