Agiotas passaram a ameaçar de morte uma mulher de 42 anos que mora em Franca. Com medo dos contatos que vem recebendo, ela decidiu registrar boletim de ocorrência na Polícia Civil para tentar se proteger. A vítima fez um empréstimo pessoal depois de ver propaganda nas redes sociais e não conseguiu quitar todo o valor. Atualmente, o problema dela envolve cinco pessoas.
Esse empréstimo foi feito há dois anos e o pagamento não foi quitado depois que a vítima deixou o trabalho que tinha e viu sua renda ser reduzida. Ela vinha cuidando da mãe, que teve uma doença grave e acabou falecendo.
Para a Polícia Civil, a vítima relatou que vem enfrentando uma sequência de problemas pessoais e por conta de problemas financeiros recorreu a mais de um agiota. Ela acabou entrando em uma “pirâmide”, pois pegava dinheiro com uma pessoa para pagar outra e fez empréstimo de cerca de R$ 3 mil com três agiotas diferentes.
A mulher reconheceu que como passou a receber cobranças e ameças, ainda se envolveu com empréstimo com outros dois agiotas, na tentativa de quitar valores com os demais. Porém, não vem conseguindo pagar ninguém há cerca de cinco meses.
As cobranças têm sido feitas com diferentes ameaças de agressão física e de morte, entre os vários agiotas que ela mantém dívidas.
A Polícia Civil vai instaurar inquérito para apurar as ameaças que a vítima vem recebendo e deve fazer contato com os agiotas. Inicialmente, o caso que envolve essa mulher de 42 anos não está sendo conduzido para averiguação do crime de usura, que estaria ligado diretamente à agiotagem. Vai ser apurado como os empréstimos foram realizados para identificar possível irregularidade.
Em Franca, houve um caso de grande repercussão que envolveu crime de agiotagem, bem como de agressões. As investigações começaram antes de 2023 e resultaram em uma operação. Deflagrada no final de 2023 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), essa operação desarticulou uma organização criminosa que operava na região de Franca emprestando dinheiro a juros exorbitantes.
A cobrança, frequentemente realizada com violência ou grave ameaça, financiava a expansão do esquema. Parte dos lucros era reinvestida no próprio negócio ilegal, enquanto o restante era destinado à lavagem de dinheiro, por meio de empresas de fachada e aquisição de bens de alto valor, como veículos de luxo e imóveis.
Sobre esse outro caso investigado há mais de dois anos, os envolvidos foram condenados pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, usura e corrupção ativa e passiva. As investigações também apontaram a participação de um policial civil no esquema.
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