O músico brasileiro MC Gui, acusado pela Promotoria da Infância e Juventude da Capital de ridicularizar e expor uma criança ao bullying, foi condenado a pagar indenização de R$ 20 mil. O valor, fixado em sentença do dia 22 de novembro, será destinado ao fundo gerido pelo Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente. O caso começou em 2019.
Para o promotor de Justiça Geraldo Rangel de França Neto, autor da ação, ao gravar e divulgar vídeo zombando da aparência de uma garota em um parque de diversões nos Estados Unidos, o réu violou direitos da criança, dentre os quais incluem-se o respeito; a dignidade, em especial o atendimento ao seu peculiar estado de desenvolvimento; a inviolabilidade de sua integridade psíquica e moral, a qual, vale o destaque, abrange a preservação da sua imagem. O conteúdo viralizou após ser publicado em 21 de outubro de 2019 no perfil do artista no Instagram, que tem mais de 8 milhões de seguidores. A menina, na época, fazia tratamento contra o câncer.
Na decisão, o magistrado Rubens Pedreiro Lopes, da 4ª Vara Cível, anotou que a indenização tem como finalidade tanto compensar o lesado por seu sofrimento, quanto sancionar o causador do dano, a fim de que se abstenha de praticar outros atos lesivos às pessoas ou à coletividade.
Quem é MC Gui?
Surgido em 2013, com o apelido de “Justin Bieber do funk”, Guilherme Kaue Castanheira Alves é paulistano e tem 25 anos. MC Gui despontou no auge do funk ostentação, com letras e clipes exaltando produtos, fama e riqueza, aos 15 anos. Depois, passou a cantar sobre temas sociais e a trocar o funk por um som mais pop eletrônico.