A jovem grávida V.R, de 29 anos, teve o bebê nesta quinta-feira (17) no Hospital e Maternidade São Joaquim, da Unimed Franca. Ela mora em Restinga e foi contaminada com a covid-19 no final de maio. Houve complicações causadas pela doença e ela precisou ser internada e entubada em 31 de maio.
Quando foi para o hospital, a grávida estava de 6 meses a agora que completou 7 meses de gestação, a equipe de atendimento decidiu realizar o parto. O bebê é um menino e nasceu com saúde e conforme apurado com pessoas próximas, está bem e sendo monitorado.
A moradora de Restinga precisa continuar entubada e ainda requer cuidados especiais da equipe médica local. Por conta da gravidez, as complicações causadas pela covid-19 pode gerar diferentes problemas para as mulheres.
Em Restinga, outra grávida contaminada pela covid-19 também precisou de atendimento médico e chegou a ficar dois dias internada no Hospital São Francisco, antigo Regional. Ela deu entrada no dia 9 deste mês, recebeu oxigênio e conseguiu receber alta para continuar sua recuperação em casa. O estado de saúde dela é considerado bom, bem como a situação do bebê.
O último boletim divulgado pela Prefeitura da cidade vizinha a Franca constava que havia cinco pessoas internadas e 73 casos ativos. Desde março de 2020, foram identificados 463 casos positivos e infelizmente houve 12 óbitos.
Os dois casos de internação envolvendo as grávidas foram os primeiros que o município de 7.679 habitantes registrou desde o ano passado. Eles geraram muita comoção na cidade. V.R, de 29 anos, também é uma das pessoas mais jovens a contrair a covid-19 na cidade.
Gravidez e a covid-19
O Instituto Nascer, de Belo Horizonte, divulgou uma relação de informações sobre o que se sabe com relação à covid-19 e a gravidez. Essa união de obstetras procura oferecer assistência humanizada e iniciou os trabalhos em 2003.
Na gravidez, qual é o risco de contrair COVID-19? As grávidas estão mais suscetíveis de contrair o novo vírus?
A informação disponível ainda é escassa e pode mudar a qualquer instante, mas parece que gestantes não são grupo de maior risco, ou seja, não desenvolvem sintomas mais graves do que outras pessoas. Em uma análise de 147 mulheres, apenas 8% tinham doença grave e 1% estava em condição crítica.
Se uma grávida contrair COVID-19, a gravidade da doença poderá ser maior do que seria no público em geral?
Não se sabe ao certo se o impacto de uma infeção por COVID-19 poderá ser mais grave numa grávida do que noutras pessoas.
No entanto, com os vírus da mesma família do COVID-19, e outras infeções respiratórias virais, como é o caso da gripe, as mulheres apresentam um risco de doença mais grave.
Uma grávida infetada com COVID-19 pode transmitir o vírus ao feto ou recém-nascido?
Atualmente, desconhece-se se o vírus COVID-19 poderá ser transmitido da grávida para o feto ou da mãe para o recém-nascido. Que se saiba, até à data (12 de março de 2020), apenas um caso de possível transmissão vertical (da mãe para o bebê no período pré natal) foi relatado.
A opinião de especialistas é que é improvável que o feto seja exposto durante a gravidez. Foram testados líquido amniótico, sangue do cordão umbilical, placentas e amostras de leite materno de mães infectadas com o COVID-19 e todas as amostras com resultado negativo para o vírus.
Se uma grávida tiver COVID-19 durante a gestação, o bebê ficará afetado?
À semelhança das questões anteriores, ainda não se sabe que riscos poderá ter um bebê, cuja mãe tenha sido infetada com COVID-19 durante a gravidez.
Foram, contudo, relatados alguns problemas relacionados com a gravidez ou parto em bebés que nasceram de mães infetadas com COVID-19 durante a gestação. Mas não se sabe ao certo se estes problemas estavam relacionados com a infeção da mãe pelo vírus.
A grande maioria das mulheres experimentará apenas sintomas leves ou moderados do tipo resfriado / gripe. Tosse, febre e falta de ar são outros sintomas relevantes. Sintomas mais graves, como pneumonia e hipóxia acentuada, são amplamente descritos em pessoas idosas, imunossuprimidas, com diabetes, câncer e doenças pulmonares crônicas. Esses sintomas podem ocorrer em mulheres grávidas, portanto devem ser identificados e tratados prontamente.
Atualmente, não existem dados sugerindo um risco aumentado de aborto espontâneo ou perda precoce da gravidez em relação ao COVID-19. Como não há evidência de infecção fetal intrauterina com COVID-19, atualmente é considerado improvável que haja efeitos congênitos do vírus no desenvolvimento fetal.
Via de parto em gestantes com diagnostico de COVID-19?
A menos que hajam condições respiratórias urgentes da mãe, não há evidências que favoreçam um modo de nascimento em detrimento de outro e, portanto, a via de parto (normal ou cesárea) deve ser discutida com a mulher, levando em consideração suas preferências e quaisquer indicações obstétricas de intervenção. Dada a falta de evidência em contrário, o pinçamento tardio do cordão ainda é recomendado após o nascimento, desde que não haja outras contra-indicações.
De que forma podem as grávidas proteger-se do vírus COVID-19?
O melhor será naturalmente evitar sair de casa. Contudo, se tiver mesmo que sair de casa, as medidas de proteção a tomar são as mesmas recomendadas para o público em geral:
1- Cobrir o rosto ao tossir ou espirrar (para o cotovelo é uma boa forma).
2- Evitar contato com pessoas doentes.
3- Lavar as mãos com água e sabão durante 20 segundos e usar um desinfetante ou álcool nas mãos.
Face à incerteza das respostas, pois ainda não existem estudos suficientes para apresentarmos conclusões concretas, o melhor será as grávidas protegerem-se ao máximo do vírus COVID-19.
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