Uma nova candidata a vacina contra o coronavírus começou a ser testada nesta terça-feira (26), desta vez em seis voluntários na Austrália, de um total de 131 que ainda participarão do estudo. Caso os resultados da primeira fase sejam positivos, estima-se liberar a imunização ainda este ano.
A chamada NVX-CoV2373 é produzida pela empresa de biotecnologia americana Novavax. Testes em animais sugeriram que a vacina é eficaz em doses baixas. A companhia poderia fabricar pelo menos 100 milhões de doses este ano e 1,5 bilhão em 2021, de acordo com o chefe de pesquisas da empresa, Dr. Gregory Glenn.
A fabricação da vacina tem sido ampliada desde março com um investimento de US$ 388 milhões da Coalizão para Inovação de Preparações para Epidemias da Noruega. A organização centraliza diferentes esforços de pesquisadores para combater o coronavírus e outras doenças de escala global.
Os resultados da primeira fase dos ensaios clínicos em Melbourne e Brisbane devem ser conhecidos em julho, segundo a Novavax. Milhares de candidatos em vários países se envolveriam em uma segunda fase de testes.
Novo tipo de vacina
A maioria das vacinas experimentais em andamento visa treinar o sistema imunológico a reconhecer a proteína S, usada pelo vírus Sars-Cov-2 para entrar nas células humanas, estimulando o organismo a reagir se exposto ao vírus real. Algumas delas são feitas usando apenas o código genético dessa proteína, já outras usam um vírus inofensivo para fornecer as informações de produção da proteína.
A solução da Novavax entra como um novo tipo nessa lista, chamado de vacina recombinante. A empresa usou a engenharia genética para cultivar cópias inofensivas da proteína S em cubas gigantes de células de insetos em laboratório. Os cientistas extraíram, purificaram e embalaram a proteína em nanopartículas do tamanho do vírus.
“A maneira como fabricamos uma vacina é que nunca tocamos o vírus”, afirmou a companhia. Mas, em última análise, “parece um vírus para o sistema imunológico”. Este é inclusive o mesmo processo que a Novavax usou para criar uma vacina contra a gripe que passou recentemente em testes de estágio avançado.
*Matéria Olhar Digital