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O Carnaval, o preconceito, as festas autorizadas e a covid-19, por Policarpo Soares

Sobre os cancelamentos. Está cada vez mais nítido que o que move essa decisão (de não haver Carnaval em Franca) é claramente preconceito.

Há quase 1 semana (última semana de novembro) estou tentando organizar uma defesa, mas, enfim, quero me ater à decisão da cidade de Franca. O prefeito Alexandre Ferreira informa que na verdade não vai fazer o Carnaval em virtude da Covid!

O prefeito fala com a boca bem cheia e feliz. Está claro que ele fala para um determinado público e que o motivo não é a covid.

Segundo o próprio prefeito, mais de 80% da nossa população já foi vacinada com a segunda dose. Foram reduzidos em mais de 80% o número de casos.

Foram reduzidos em mais de 80 % o número de internações de covid. Foram fechados leitos de UTI ou CTI.

Estamos a 3 meses para o Carnaval! Antes do Carnaval teremos milhares de pessoas em: eventos, centro da cidade, shoppings, feiras, igrejas, campos de futebol, chácaras, ranchos, basquete e festas de natal e réveillon. Já está programada a Expoagro 2022 e, mais uma vez, a sociedade diz que a culpa é do Carnaval?

Será porque? Será porque seria festa da periferia? Seria preconceito com os pretos, pobres?

Em 2021, não tivemos Carnaval! A culpa foi de quem!?

A pior fase da transmissão da covid-19 foi em fevereiro, março e abril. Será que a culpa foi do Carnaval? Ou falta de empatia das pessoas, ônibus lotados, supermercados lotados?

O prefeito Alexandre Ferreira informa que em 2023 vai investir dinheiro público nas escolas de samba, se a iniciativa privada participar. A Prefeitura repassa R$ 42 mil para cada escola. Cada escola gasta mais de R$ 150 mil.

Estamos dispostos, sim, a buscar recurso da iniciativa privada, mas para isso a prefeitura não pode, como nos últimos 20 anos, falar de Carnaval só em fevereiro, como sempre faz.

Estranho que até as autoridades sanitárias têm falado grosso contra o Carnaval, mas se calam para os shows e eventos esportivos e os do final do ano.

Esse movimento está cada vez maior e é preciso que os gestores de entidades culturais da cidade não se escondam atrás de falas preconceituosas e assumam uma resposta à sociedade.

Repito, o Carnaval, que têm na sua concepção os desfiles de escola de samba, uma experiência de organização social, cultural e agora econômica de raiz preta, nunca foi aceito por parte expressiva de um grupo importante da nossa sociedade. Não podemos esconder que há racismo, sim, e que atinge a todos. Pretos e brancos.

Se não for preconceito, convido os que são contra o Carnaval a fazer um movimento contra o feriado de Carnaval! Muitos não querem deixar de ir para as praias, ranchos, chácaras, fazendas, etc.

#Liga das escola de Samba de Franca

#Viva a cultura popular brasileira

#OcarnavalHumaniza

#OcarnavaléNecessário

*Policarpo Soares é presidente da Liga das Escolas de Samba de Franca

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