Este ano, a inflação oficial do Brasil deve fechar nos dois dígitos. Desde 2015 que isso não acontece. Os energéticos, os componentes tecnológicos (veículos e linha branca) e também os alimentos contribuíram para a alta dos preços, que persistem no patamar elevado mesmo em meio ao baixo crescimento da atividade econômica.
Nesse cenário, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE) fez uma lista com os 10 alimentos que mais dispararam e os 10 que mais recuaram nos últimos 12 meses, esses ajudando a segurar um pouco o ímpeto inflacionário.
O açúcar refinado, no topo da lista, subiu 53,05% nos últimos 12 meses, de acordo com o IPC-DI/FGV (nov/2021). Resultado semelhante teve o maracujá (52,02%), seguido por filé mignon (39,07%), café em pó (38,69%) e alimentos preparados e congelados de carne bovina (33,71%). Já o frango em pedaço subiu 28,68%.
Do lado das quedas, a boa notícia veio das frutas: o preço do limão caiu 18,50%, o da maçã 16,30% e o da banana da terra recuou 11,05%. Já o arroz variou -8,27% e o feijão mulatinho -2,02%.
“Boa parte da inflação que sofremos em 2021 é culpa do cenário climático que castigou a produção agrícola brasileira até meados de outubro, com um impacto forte nas proteínas, altamente dependentes do milho e da soja para compor sua alimentação. Mesmo agora com a melhoria no cenário climático, há alguma demora no repasse da queda pela cadeia, além de outros custos que ainda impactam esse mercado, como o diesel em virtude do preço dos fretes”, analisa Matheus Peçanha, economista e pesquisador do IBRE, responsável pelo levantamento.
Vilões da inflação dos alimentos
Mocinhos da inflação dos alimentos