Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Franca conseguiram reunir um volume grande de documentos que serão complementares em investigação que apura valores desviados a partir de contratos feitos pela Fundação Esporte, Arte e Cultura (Feac) de Franca com entidades. Essa apuração verifica a atuação do ex-presidente da autarquia e ao menos mais quatro pessoas. A Feac é uma autarquia da Prefeitura de Franca que atua na implementação de convênios com entidades culturais e esportivas na cidade.
A operação Longa Manus foi desencadeada na manhã desta quinta-feira (24) para cumprir oito mandados de busca e apreensão em alguns imóveis em Franca, entre eles o prédio da Secretaria Municipal de Educação. Conforme apurado, todos os mandados foram cumpridos e durante as diligências, dois imóveis que estavam na lista de averiguação estavam vazios, por isso a equipe de investigação não entrou.
Para o cumprimento dos mandados estiveram envolvidos quatro promotores de Justiça, quatro servidores do Gaeco e o apoio de 16 policiais militares. Eles dividiram-se para realizar a apreensão de documentos e contratos públicos.
O Gaeco informou que entre os materiais apreendidos ainda há aparelhos eletrônicos. A extração dos dados desses celulares e computadores será feita em São Paulo e a conclusão da perícia vai ser enviada para Franca.
Ainda não se sabe precisamente os valores dos contratos que foram envolvidos no esquema investigado. A análise do material apreendido é que dará a real dimensão das cifras.
Desde o ano passado o Gaeco vinha apurando um possível esquema de desvio de verbas públicas. Conforme apurado, a principal suspeita é de que pessoas de confiança do ex-presidente da Feac estavam em entidades que recebiam recursos públicos. O dinheiro seria distribuído com o ex-presidente da autarquia após o recebimento e não teria a destinação para realização de projetos, conforme proposta aprovada em concorrência pública.
“As investigações tiveram início no ano passado, visando a apurar desvios de verbas públicas pelo então presidente da Fundação Esporte, Arte e Cultura (Feac). Apurou-se que entidades municipais apresentavam projetos para firmar convênios e receber verbas públicas da Feac. Diante disso, o presidente da fundação à época teria colocado pessoa de sua confiança em algumas entidades para que parte dessas verbas retornasse para ele, por intermédio de laranjas”, informou o Ministério Público Estadual por meio de nota.
Os nomes de todos os investigados no inquérito não foram divulgados porque a investigação ainda está em sigilo. A reportagem confirmou que na próxima semana deve começar a oitiva dos investigados.
“A prefeitura de Franca, mediante a investigação deflagrada pelo Ministério Público contra o ex-presidente da FEAC (Fundação Esporte, Arte e Cultura) Marlon Centeno, está à disposição das autoridades competentes para contribuir na apuração dos fatos, fornecendo documentos e prestando esclarecimentos que se fizerem necessários. Mesmo porque a Administração Pública de Franca sempre se pautou pela transparência”, informou o governo municipal, por meio de nota.
*Matéria editada às 20h27 para acréscimo de informações
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