A idosa de 74 anos que faleceu no Hospital e Maternidade São Joaquim, da Unimed Franca, nesta segunda-feira passou por teste de contraprova para Covid-19. O resultado do exame saiu nesta segunda (8) indicando o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. Ela foi identificada como a sexta vítima em Franca a falecer após complicações causadas pela doença.
Nas redes sociais, houve questionamento de parte de familiares que a paciente teria falecido em decorrência de pneumonia bacteriana. Conforme estudos, o novo coronavírus causa complicações e inflamações que levam à pneumonia e outros problemas de saúde.
Em contato com a Unimed Franca, o hospital informou que avaliava ainda se iria divulgar algum tipo de esclarecimento a mais sobre a divulgação do óbito ligado à Covid-19. A unidade hospitalar divulga boletim em que constou que a idosa tinha contraído o vírus (veja abaixo).
Pessoas que falecem com diagnóstico de novo coronavírus precisam ser sepultadas em um curto espaço de tempo após a identificação do óbito. Além disso, o protocolo permite que o velório seja restrito a poucos familiares. Condições essas que contribuem para aumentar a dor da perda do familiar.
O exame de PCR realizado para identificar a doença é conhecido como a contraprova. “RT-PCR (do inglês reverse-transcriptase polymerase chain reaction), é considerado o padrão-ouro no diagnóstico da Covid-19, cuja confirmação é obtida através da detecção do RNA do SARS-CoV-2 na amostra analisada, preferencialmente obtida de raspado de nasofaringe. Para realizar o procedimento é necessário ter a solicitação do seu médico. A coleta pode ser feita a partir do 3º dia após o início dos sintomas e até o 10º dia, pois ao final desse período, a quantidade de RNA tende a diminuir. Ou seja, o teste RT-PCR identifica o vírus no período em que está ativo no organismo”, detalha nota do Laboratório Fleury, uma das referências no Estado para o diagnóstico.
Além do PCR existe os exames de sorologia e teste rápido. “A sorologia, diferentemente da RT-PCR, verifica a resposta imunológica do corpo em relação ao vírus. Isso é feito a partir da detecção de anticorpos IgA, IgM e IgG em pessoas que foram expostas ao SARS-CoV-2. Nesse caso, o exame é realizado a partir da amostra de sangue do paciente. Para que o teste tenha maior sensibilidade, é recomendado que seja realizado, pelo menos, 10 dias após o início dos sintomas. Isso se deve ao fato de que produção de anticorpos no organismo só ocorre depois de um período mínimo após a exposição ao vírus. Realizar o teste de sorologia fora do período indicado pode resultar num resultado falso negativo”, explica o laboratório.
“Estão disponíveis no mercado dois tipos de testes rápidos: de antígeno (que detectam proteínas do vírus na fase de atividade da infecção) e os de anticorpos (que identificam uma resposta imunológica do corpo em relação ao vírus). No entanto, a maioria dos testes rápidos existentes possuem sensibilidade e especificidade muito reduzidas em comparação as outras metodologias. O Ministério da Saúde aponta que os testes rápidos apresentam uma taxa de erro de 75% para resultados negativos”, completa nota do laboratório.
Questionado
No dia 25 de abril, uma idosa de 79 anos faleceu no Hospital São Francisco (Regional) e o caso foi registrado como óbito em decorrência da Covid-19. Depois do sepultamento, exame de contraprova identificou como negativo.
Apesar dos resultados diversos, foi mantido o registro por ser protocolo na saúde que casos de óbito ligados ao novo coronavírus, com ao menos um teste positivo, devem permanecer nessa classificação devido ao risco de contágio.
Boletim da Unimed de 08/06/2020