Um pai decidiu agradecer toda a equipe médica que cuidou da filha de 28 anos que foi contaminada pela covid-19 e chegou a precisar ser intubada, mas conseguiu vencer a doença. Ela ficou internada entre os dias 9 e 23 de março.
“Gostaria de agradecer imensamente à equipe, deixar um abraço carinhoso e forte a cada profissional. Não direi nomes, pois correria o risco de cometer uma injustiça de deixar de nomear alguém, mas digo que todos foram ‘especiais’, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogas, fisioterapeutas, médicos”, escreveu Carlos Alberto da Costa.
Marcella Cristina Giovanna Silva Costa passa bem e se recupera do período que passou internada e da própria doença. “O muito obrigado da Marcella (‘Caçulinha’, ‘Estrelinha’, como é carinhosamente chamada), do pai Carlos, da mãe Aparecida e da irmã Gabriela. Que vocês tenham força, fé… que sejam sempre abençoados!!!! Abraços fortes.”
A jovem ficou internada no AME de Franca, que é administrado pelo Grupo Santa Casa e passou a funcionar como hospital de campanha do município. A cidade conta com 52 leitos de UTI Covid SUS e outros 10 serão somados à estrutura até esta sexta-feira (2).
Veja a íntegra da carta enviada pela família:
“Manifesto-me em relação ao atendimento, dedicação, intervenção e acolhimento da equipe do AME de Franca SP, que faz parte atualmente do Hospital de Campanha de combate à Covid 19 do Grupo Santa Casa de Franca. Minha filha Marcella, hospitalizada nesta instituição dos dias 9 a 23 deste mês de março de 2021, foi gravemente acometida pela doença e passou pelo processo de intubação por onze dias. Sua recuperação, sua vida, dependeu não só da intervenção prática médica, mas inclusive de toda a dedicação e acolhimento humano dado pelos profissionais.
A Marcella é uma jovem de 28 anos, saudável, é uma Pessoa com Deficiência (intelectual), que pelas limitações necessita de um tratamento especializado tanto em relação à sua comunicação, seu psiquismo, intelecto e afetividade, quanto com cuidados corporais e alimentação. Traz a carência psíquica de um “eu” auxiliar, sempre encontrado na família, no ambiente escolar/oficinas, profissionais que a acompanham e grupo de amigos. Lembrando que essa carência é de todos nós, afinal o “desamparo” é inerente ao ser humano, lembrando de Freud e outros autores, porém no caso dela há limitações específicas.
Por ela ter adquirido o vírus e pela condição clínica ter se agravado, necessitou de encaminhamento para uma UTI. Este se deu para o Hospital de Campanha AME Franca, gerenciado pelo Grupo Santa Casa de Franca, onde foi atendida por profissionais competentes e incrivelmente humanos, com sensibilidade para suas necessidades especiais. Tentaram ao máximo proporcionar um “conforto” e mitigar seu sofrimento, mostrados no acolhimento, na intervenção médica e principalmente quando permitiram que um ‘eu’ auxiliar estivesse presente em alguns momentos de sua internação para fazerem parte do processo de recuperação, que primeiramente fui eu, o pai, depois a irmã Gabriela e sua mãe Aparecida. Com isso, fizeram valer os princípios e valores da instituição numa missão de responsabilidade social para com os usuários do SUS, mas também valer os direitos da Pessoa com Deficiência. Digo ainda que algo a mais foi percebido… eu diria que o nível de afetividade da equipe foi o diferencial para que a Marcella se recuperasse – e bem!
Gostaria de agradecer imensamente a equipe, deixar um abraço carinhoso e forte a cada profissional. Não direi nomes, pois correria o risco de cometer uma injustiça de deixar de nomear alguém, mas digo que todos foram “especiais”, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogas, fisioterapeutas, médicos, os responsáveis pela higienização, as recepcionistas, as assistentes sociais e outros.
E para finalizar, provoco a todos a pensarem que é possível um atendimento de qualidade e humano na rede pública. O que geralmente é dito ser uma utopia, provou ser possível no processo de internação da Marcella no AME Franca, do Grupo Santa Casa de Franca.
O muito obrigado da Marcella (“Caçulinha”, “Estrelinha”, como é carinhosamente chamada), do pai Carlos, da mãe Aparecida e da irmã Gabriela. Que vocês tenham força, fé… que sejam sempre abençoados!!!! Abraços fortes.”
Carlos Alberto da Costa – Pai da paciente Marcella
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