O inquérito da Polícia Civil que investigou médico oftamologista de 78 anos foi concluído e houve o indiciamento dele pelo crime de estupro de vulnerável. O caso foi conduzido na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Franca após um trabalho de apuração de demorou mais de um mês e envolveu ouvir o suspeito e mais de 5 testemunhas, além da realização de laudos técnicos.
Com o indiciamento do médico, o caso foi encaminhado para o Ministério Público Estadual e a Justiça Estadual. Por trâmite burocrático, o MP vai avaliar a investigação, verificar se será preciso novas diligências, e caberá o oferecimento da denúncia ou não ao Judiciário. Esse trâmite passou a correr neste mês de outubro.
O inquérito conduzido pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) começou a ser conduzido em agosto deste ano, após o Ministério Público Estadual de Santa Catarina solicitar a instauração de investigação. A vítima, hoje com 14 anos, indicou que o crime ocorreu em 2016, quando ela tinha 8 anos. Por questões judiciais, o nome do suspeito não está legalmente autorizado a ser mencionado.
Mesmo que o caso denunciado ocorreu há oito anos, não houve prescrição. Para os casos de crimes de estupro de vulnerável, eles não prescrevem enquanto a vítima tiver menos de 18 anos, como é o atual caso.
A denúncia só foi feita porque a vítima, atualmente uma adolescente, vem enfrentando uma série de problemas psicológicos e está realizando tratamento. Ela também precisou mudar-se de Franca e vive afastada do suspeito, que na época do caso investigado era tratado como “avô” de consideração, pois a mãe da vítima estava casada com o filho do investigado.
A adolescente relatou o abuso durante acompanhamento médico que vem sendo feito. Esse tratamento começou porque a avó da jovem percebeu que ela tinha muitos problemas para se relacionar com pessoas.
Laudo psicológico elaborado por profissional de Psicologia em Santa Catarina, feito devido ao acompanhamento médico que a adolescente tem, apontou para “rigidez psíquica”, “dificuldade em vincular-se afetivamente e expressar verbalmente o que sente”, “sintomas de transtorno de estresse pós-traumático” e “um possível quadro de depressão ansiosa”.
Em uma das sessões, a jovem acabou relatando a possível violência que fora cometida pelo então pai do padrasto dela. Na época, de acordo com o acompanhamento médico, o suspeito era tratado como “avô” pela menina. A mesma situação já tinha sido mencionada para outra psicóloga, em Franca, em fevereiro deste ano.
Por conta da demanda gerada pelo MP de Santa Catarina e documentação técnica, a investigação foi aberta na DDM de Franca.
O médico, que atua em hospital particular de Franca, prestou depoimento acompanhado de advogados no dia 29 de agosto deste ano e ele negou qualquer tipo de abuso sexual. Ele, atualmente, tem três advogados de Franca acompanhado a investigação policial.
Depois que a primeira reportagem do F3 Notícias foi divulgada sobre esse caso, em 25 de setembro, nas redes sociais houve leitores que relataram ter identificado situação de abuso semelhante ao que ocorreu com a adolescente e pretendiam fazer denúncia na DDM.
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