Depois de sucessivas críticas sobre o atendimento ruim do transporte público em Franca e notificações para informar uma possível licitação, o prefeito de Franca Alexandre Ferreira (MDB) divulgou que será possível ter tarifas menores e mais ônibus nas linhas em vídeo que publicou nas redes sociais. O prefeito de Franca detalhou que audiência pública em 12 de março vai abordar resultado de estudo que embasa nova licitação.
Ainda não foi confirmada também horário e local para a realização dessa escuta da população. Apesar do anúncio, ainda não há data efetiva para que os usuários do transporte público vejam mudanças reais e que melhorem a situação cotidiana deles.
Depois disso, a partir de 2 de abril, haverá consulta pública para haver opiniões sobre o que falta para melhorar o serviço de transporte público.
No vídeo oficial, Alexandre Ferreira, prefeito de Franca, ainda sugeriu que as pessoas façam contato com empresas de transporte público para chamá-las para uma futura licitação, que ainda não tem data. “Eu quero o maior número de empresas possíveis participando. Se você tem contato com empresas de fora, com empresas do Brasil inteiro, avisem.”
Moradores das regiões do Jardim Noêmia, Panorama, Vila Hípica, Luiza 2 e Portinari, além do Zelinda têm registrado alguns episódios de superlotação dentro dos veículos. A situação gerou indignação em usuários do transporte público, que registraram o amontoado de pessoas.
Alguns horários, principalmente a partir das 18h, têm ficado lotados. Esses são períodos de pico. Os usuários dos ônibus voltam para casa nesses horários de pico amontoados, pois as linhas disponíveis têm sinalizado que são insuficientes.
Quem usa o ônibus em Franca, que é uma concessão feita à empresa São José, paga R$ 5 na tarifa comum. Há passes com desconto de 30%, R$ 3,50; 50%, R$ 2,50. Servidor público paga R$ 3,50.
A Prefeitura de Franca chegou a ser oficiada para informar medidas que estão sendo tomadas para aprimorar o transporte público na cidade. Há 10 meses, o prefeito Alexandre Ferreira (MDB) recebeu comunicação do Tribunal de Contas do Estado para regularizar o contrato de concessão do setor. O TCE indicou irregularidades no Termo Aditivo Contratual em 20 de março de 2024. O governo municipal, porém, vem arrastando para dar explicações objetivas.
O Observatório Social do Brasil em Franca (OSB-Franca) chegou a enviar ofício em 3 de fevereiro para questionar a Prefeitura. Houve resposta ao OSB-Franca, mas a instituição não detalhou o que foi respondido. O F3 Notícias procurou a instituição, mas não recebeu retorno também. O presidente do observatório é Agenor Gado e o coodenador executivo é Willian Karan Junior.
Ano passado já ocorreu uma audiência pública para tratar do transporte público. Na época, foram 190 contribuições, realizadas via WhatsApp e no evento: mais de 40% trataram de linhas de ônibus, intervalos e horários; 13,5% destacaram o estado dos ônibus e 9,5% solicitaram a redução da tarifa.
Na época, as autoridades que receberam as informações foram: a então diretora-presidente da EMDEF (Empresa Municipal para o Desenvolvimento de Franca) e presidente do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte, Milena Cristina Goulart Bernardino; Anselmo Corsi Diniz, presidente da Comissão Especial de Transporte; Eduardo Campanaro, procurador-geral do município; Marcos Aurélio Passeti, secretário de Segurança em substituição; Ana Flávia Silva de Souza, chefe da Controladoria Geral; Luciano Marangoni, gerenciador do transporte coletivo; e os engenheiros da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), Luiz Carlos Mantovani Néspoli e Adolfo Mendonça.
O Tribunal de Contas do Estado determinou que a Prefeitura de Franca faça uma nova licitação para o transporte público da cidade. O desenrolar do projeto acabou ficando para o ano eleitoral, em 2024, e nada ficou definido.
A determinação do TCE ocorreu em dezembro de 2023. Em enquete feita pelo F3 Notícias no Instagram, ano passado, 49% dos leitores mostraram que o maior problema no serviço é a falta de ônibus na frota. O segundo pior problema envolve horários reduzidos em diferentes linhas, com 22% da escolha dos leitores.
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