Prefeito de Itajaí (SC), que mencionou agora em agosto a aplicação da ozonioterapia via retal em pacientes como medida para combater o novo coronavírus, gravou um novo vídeo, nesta terça-feira (4) para detalhar que a Prefeitura do município catarinense assinou protocolo para que a cidade faça parte de um estudo para averiguar o efeito prático desse tipo de tratamento.
Volnei Morastoni, que é médico pediatra e homeopata, disse que a pesquisa foi aprovada pelo Ministério da Saúde. Nesse novo vídeo, ele não voltou a mencionar que a aplicação é via retal.
“Vi a grande repercussão que teve a live do município onde falei sobre a ozonioterapia. Mas quero deixar claro que o assunto é sério. Vivemos um momento grave para a saúde pública. Estamos em meio à maior pandemia da história da humanidade, lutando contra um vírus diferente de tudo que conhecemos. Um vírus que já vitimou mais de 100 itajaienses. Como prefeito, e como médico, tenho o dever de buscar novas abordagens, novas soluções para vencer essa guerra contra o coronavírus. E a ozonioterapia tem mostrado bons resultados em vários países, como Itália e Espanha. Entendo que há falta de informação sobre o assunto, e que é preciso esclarecer melhor a população”, afirmou.
Na declaração polêmica que fez, o prefeito disse: “É uma aplicação simples, rápida, de dois ou três minutinhos por dia, provavelmente vai ser uma aplicação via retal. É uma aplicação tranquilíssima, rapidíssima de dois minutos com cateter fino, e isso dá uma resultado excelente”, disse Morastoni na live promovida na página oficial da Prefeitura de Itajaí no dia 3 de agosto.
O prefeito também implantou na cidade a distribuição do medicamento Ivermectina, que é um vermífugo, para tentar combater a pandemia da Covid-19. A utilização desse tratamento ainda é muito questionada por especialistas, principalmente para sua aplicação de forma estruturada, como ocorre em Itajaí. A decisão tomada na cidade catarinense influenciou o prefeito Gilson de Souza a verificar a possibilidade do medicamento ser usado em Franca.
Conforme estudos já realizados, o medicamento não teve efeito eficaz na pesquisa in vitro. Veja mais detalhes sobre esse assunto em outra matéria publicada no F3 Notícias.
Em Franca, o prefeito Gilson de Souza pediu para sua equipe técnica avaliar a eficácia do remédio, mas não há prazo para que esse estudo seja concluído e nem previsão para autorizar a distribuição do medicamento. A Anvisa já proibiu a venda da Ivermectina sem receita.
Veja vídeo do prefeito comentando sobre repercussão da proposta
Veja vídeo editado da live com a indicação da possibilidade de tratamento
A Prefeitura de Itajai já tentou prevenir a Covid com homeopatia. Os casos começaram a subir.
Depois, cloroquina. Casos subindo.
Depois, ivermectina. Casos subindo.
Agora o prefeito anunciou uma nova tentativa: ozônio no ânus. É sério! pic.twitter.com/tgiooIqKgA
— Dimitrius (@dimitriusOG) August 4, 2020
O que é a ozonioterapia
A técnica consiste na aplicação dos gases oxigênio e ozônio por diversas vias, como intravenosa ou intramuscular, com objetivo terapêutico. No Brasil, ela já é utilizada há mais de 45 anos para tratamento de câncer, doenças virais, hérnias de disco, queimaduras e dores articulares.
O paciente recebe uma mistura dos gases oxigênio (95%) e ozônio (5%) nesse tipo de tratamento. O Colégio Brasileiro de Ozonioterapia informou ao site RIC Mais que esse recurso é anti-inflamatório e ajuda na imunidade, com a oxigenação dos tecidos. Uma sessão custa, em média, R$ 90. Apesar disso, a técnica ainda não é unânime entre os médicos.