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Prefeito demora quase um mês para chamar presidente da Sabesp para tratar de crise hídrica em Franca

Foto: Divulgação

O prefeito Alexandre Ferreira (MDB) divulgou na manhã desta quinta-feira (30) que conversou com o presidente da Sabesp, Benedito Braga, para tratar sobre a crise hídrica em Franca. Ele falou com Braga neste dia 30, quase um mês após o início do racionamento na cidade, para discutir o problema. O rodízio na cidade começou em 2 de setembro.

Conforme o prefeito, que vem recebendo muitas críticas de oposicionistas e nas redes sociais por não se manifestar diante do racionamento, o momento não é de ataques. O chefe do Executivo também recebeu críticas na Câmara. Conforme apurado, o Ministério Público Estadual acompanha a situação.

Alexandre e Braga definiram que nesta sexta-feira (1 de outubro) haverá uma reunião presencial entre eles para tratar do tema. O encontro será às 11h, no gabinete.

“Todos nós estamos sofrendo muito com a falta de chuva e as dificuldades no abastecimento de água aqui na nossa cidade. Eu acabei de falar com o presidente da Sabesp, Benedito Braga, para demonstrar a angústia, o sofrimento e a dor que aflige a todos nós. Amanhã (dia 1 de outubro), a nosso pedido, o presidente da Sabesp estará aqui, na Prefeitura, às 11h, para mostrar a toda a comunidade, com clareza, as providências que estão sendo tomadas pela Sabesp para enfrentar a situação aqui em Franca”, discursou em rede social.

Alexandre pediu compreensão da população diante da crise hídrica. “O momento é de ação e de ter responsabilidade. Os discursos políticos devem ficar para a campanha eleitoral. É hora de sensibilidade, respeito às pessoas, união e muita ação”.

No vídeo que divulgou, o prefeito não comentou sobre o atraso da Sabesp na entrega de obra para ampliar a captação de água em Franca. Também não fez menção de que o problema da crise hídrica já era esperado desde o começo do ano, porém não ocorreram medidas para se evitar a atual situação de falta de água.

Relatórios oficiais do INMET/INPE e DAEE apontaram que a estiagem deste ano seria mais severa do que tem sido nos últimos anos e, por isso, haveria iminente falta de água caso o sistema de captação continuasse operando da mesma forma que ocorre atualmente.

O Comitê da Bacia dos rios Sapucaí-Mirim e Grande já tinha a informação sobre a condição de crise hídrica iminente em Franca. O próprio prefeito Alexandre Ferreira é membro integrante desse comitê e recebe orientações das reuniões que são realizadas. O secretário de meio-ambiente de Franca, Éder Brazão, também é notificado das ações e estudos que ocorrem no âmbito do comitê.

“Mais severas que a estiagem são a incompetência e o desleixo de todos os responsáveis pela gestão do abastecimento público de água da cidade de Franca. O racionamento que ora vivenciamos seria evitado, houvesse planejamento e gestão dos recursos hídricos. Rezar para virem as chuvas, aumentar o valor das contas de água, clamar para a população economizar e impor o racionamento são os instrumentos de gestão adotados pela Sabesp Franca nos últimos anos”, criticou o integrante do Comitê e engenheiro de Minas, especialista em água e solo, Paulo Puccinelli.

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