Carlos de Assumpção é um professor e artista das letras reverenciado em Franca e no mundo. O poeta já superou a barreira dos 90 anos e segue trabalhando e produzindo.
Nessa lista de feitos, um deles ele vai receber neste dia 17, às 16h, durante a solenidade que servirá para a entregará do título doutor honoris causa. O evento é realizado pelo Conselho Universitário da Unesp e vai ter transmissão ao vivo.
Na lista do homenageado constam:
1958 – ganha o título de Personalidade Negra, em São Paulo.
1982 – recebe o título de Personalidade do ano, em Franca.
1996 – recebe a placa de Prata de VII semana Cornélio Pires, em Tietê (cidade onde nasceu).
1998 – lançou o CD Quilombo de Palavras ao lado de outro importante intelectual afro-brasileiro, o poeta Cuti.
2019 – esteve presente no documentário “Carlos de Assumpção: protesto” e memórias de declamações foram exibidas.
2020 – lança o livro “Não pararei de gritar!”
2021 – recebe o título Doutor Honoris Causa na reunião do Conselho Universitário da Unesp
- É membro da Academia Francana de Letras.
Com 94 anos, Carlos de Assumpção segue sendo uma liderança na poesia de protesto. Ele nasceu em 1927 em Tietê, mas se radicou em Franca, onde adotou o lugar como cidade e ponto de resistência e produção para sua vasta obra literária.
Ele é neto de Cirilo Carroceiro, que deixou de ser escravo pela Lei do Ventre Livre (1871). O avô, analfabeto, era quem contava histórias testemunhais sobre a escravidão, as marcas desse período e servia de contraponto para o garoto que lia uma história diferente nos livros didáticos. O pai de Carlos de Assumpção também era analfabeto, mas tinha habilidade na palavra contada. A mãe dele era alfabetizada, amante da poesia e trabalhou como cozinheira e ainda lavava roupa para fora.
Sua formação foi construída com pilares para entender o mundo a sua volta e o que familiares e tantos outros negros sofreram no passado, e ainda sofrem hoje. Foi só adulto que conseguiu formar-se em Direito e Letras e ainda trabalhou como professor para crianças ao estudar o então chamado curso normal.
Críticos, estudiosos e outros poetas igualam Carlos de Assumpção a nomes como Castro Alves, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Ferreira Gular. O poeta de Franca já é parte da história da literatura e protagonista na atual construção da poesia no século XXI.
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