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Repercussão de professora agredida: Câmara faz repúdio e prefeito decide não fazer defesa pública de servidora

Em urgência na Câmara de Franca foi aprovada a Moção de Repúdio 5/2023, de autoria do vereador Marcelo Tidy (União),  contra agressões sofridas pela professora agredida na Escola Municipal Domênico Pugliesi. A Prefeitura de Franca teve postura menos impositiva e restringiu-se a emitir uma pequena nota sobre o caso. O prefeito Alexandre Ferreira (MDB), que costuma fazer vídeos em seu perfil nas redes sociais, passou por cima do caso e não fez citação. Com o nome @alexandreferreiradialogo, o chefe do Executivo, ao contrário, decidiu mandar um recado para os servidores e anunciou em vídeo que Justiça do Trabalho negou o acordo coletivo do sindicato dos servidores municipais.

Está prevista para esta quarta-feira (17) uma manifestação de servidores para reclamar da tensão que existe no setor da educação. Além desse caso da agressão no Domênico Pugliesi, outras situações passaram a ser comentadas de embate mais agressivo entre pais e professores. Internamente, conforme apurado, os servidores da educação esperavam encontrar mais respaldo do governo municipal.

Anúncio do prefeito Alexandre Ferreira no dia da repercussão do caso da professora agredida:

 

No vídeo divulgado pelo prefeito, os comentários que estavam públicos relatavam todos sobre o caso da professora agredida e perguntas sobre como a Prefeitura ia lidar com a situação.

Nesta terça, a Câmara discutiu o tema da agressão. “Uma professora da rede municipal de ensino denunciou à polícia que foi vítima de uma agressão cometida por uma mãe de aluno na tarde de quarta-feira, dia 09, nas dependências da Escola Municipal Domênico Pugliesi, na Vila Santa Maria, zona Oeste de Franca. O caso foi registrado em boletim de ocorrência na CPJ (Central de Polícia Judiciária). Segundo o documento, a educadora relatou que a criança machucou um colega durante o horário de entrada. Ao fim do período de aulas, a mãe foi convocada pela orientação educacional a assinar uma advertência escrita em função do ato. A vítima disse à polícia que passou ao lado da sala onde estava a mãe da criança, e esta, demonstrando alteração, passou a dizer que a professora estava perseguindo seu filho”, indicou a moção de repúdio da Câmara.

Na Câmara, o caso foi detalhado ainda mais. Conforme relatos, a profissional não teria dado atenção e seguiu em direção ao estacionamento para entrar em seu carro. A agressora, então, foi atrás dela no estacionamento da escola, e passou a dar socos na lataria do carro da professora e proferir diversos xingamentos.

Em seguida, a mulher, que seria fisiculturista, abriu a porta do veículo e puxou a vítima do interior, dando-lhe diversos socos no peito e braços, provocando lesões. Outros professores testemunharam a agressão, e por várias vezes, apartaram as duas mulheres, pois a mãe repetia os gestos agressivos.

“Em certo momento, a professora conseguiu entrar no carro e trancá-lo. A mãe do aluno, então, teria pegado um tijolo e atirado contra o automóvel, mas errou o alvo. A Polícia Militar foi acionada, mas quando uma viatura chegou ao local a agressora já havia ido embora. A professora passou por atendimento médico e no dia seguinte registrou a ocorrência na Delegacia. Sobre o caso, a Secretaria Municipal de Educação emitiu uma nota em que afirma que “está adotando as medidas administrativas necessárias e oferecendo suporte e o acompanhamento necessários”, e “repudia, veementemente, qualquer ato de violência verbal, física ou psicológica'”, apontou a Câmara, na nota.

O vereador Ilton Ferreira (PL) comentou que é preciso punição para esses casos. “Precisamos acompanhar para que atos desse tipo sejam severamente punidos e que tenham consequências mais sérias para que isso não aconteça. É inaceitável!”

O vereador Gilson Pelizaro (PT) ressaltou que a Prefeitura precisa ter postura mais incisiva. “Quero parabenizar o colega Tidy pela Moção e pela urgência! É um tema que está na pauta e que tem que tomar todas as precauções. Já fiz um requerimento para ser discutido na semana que vem cobrando quais as medidas que estão sendo tomadas pela Administração Municipal com relação tanto a professora, quanto ao aluno e quanto a agressora. Para gente entender quais os protocolos utilizados para ver se estão dentro daquilo que a Legislação determina.”

A vereadora Lurdinha Granzotte (União) foi quem mais pontuou a posição neutra da administração. “Realmente toda violência tem que ser repudiada e, inclusive, o que os professores estão chateados é que não há um diálogo entre os gestores. E olha a que ponto nós chegamos da violência! A educação vem de casa e não cabe ao professor ficar ensinando coisas básicas ao filho dos outros!”

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