Com 55 anos, Elton José Ribeiro acabou desenvolvendo uma doença ortopédica em um dos pés que gera dores intensas e o obriga a tomar medicação para conseguir dormir. Ele não consegue usar sapato fechado, por isso não consegue voltar ao trabalho em fábrica de calçado. Afastado, ainda aguarda do INSS a perícia para conseguir começar a receber. Elton foi afetado por greves e paralisações do INSS. Seu calvário ficou mais difícil porque ele recorreu ao serviço público de saúde para tentar operar, mas não conseguiu agendamento pela Prefeitura de Franca. Recorreu, então, ao plano do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE), porém não conseguiu encontrar um ortopedista em Franca para realizar a operação.
O encarregado de almoxarifado e de expedição, que passou pelas fábricas Castaldi, Pulo do Gato, Orcade e Turim, foi diagnosticado com artropatia degenerativa na I metatarsofalangeana, além de discreta artropia degenerativa nas interfalangenas proximais e distais. No pé esquerdo ele ainda tem ossículo acessório adjacente ao cuboide, que gera muita dor. Na prática, ocorreu uma deformação no pé dele, no dedão. A cirurgia vai envolver raspar essa deformação.
Depois de muita negociação e identificar um médico que conhece a família dele, Elton obteve um desconto para realizar sua cirurgia na rede particular de saúde, que estava avaliada em mais de R$ 5 mil. O valor definido ficou em R$ 2,1 mil, mas para ele que está sem receber salário e sem o afastamento garantido há meses, não conseguiu a quantia para fazer o pagamento à vista, exigência feita para ter o desconto.
Foi então que Elton passou a recorrer aos amigos próximos e precisou ir mais além. Nos grupos de Whatsapp que está inserido, passou a conversar individualmente com os integrantes, contar sua história e superar uma vergonha que comenta sentir para pedir doações entre os valores de R$ 10 a R$ 50 para tentar obter todo o dinheiro da sua cirurgia.
Conforme ele, faltam cerca de R$ 700 para chegar aos R$ 2,1 mil e ele corre para conquistar essas doações, que, inclusive, já faz anotações para conseguir pagar quando receber os atrasados que têm direito por conta do afastamento que lhe foi conferido, mas ainda não pago pelo governo federal.
“Tenho que operar no particular, não tem jeito. Pela Prefeitura, você esquece. Eu até recorri a vereadores, mas não recebi orientações. Tem o plano do IAMSPE, porque minha ex-mulher é professora e eu pagava. Mas não tem médico para operar também. Igual eu, tem um monte de outras pessoas sem o atendimento, infelizmente. Tenho 36 anos de INSS, nunca tinha acontecido isso comigo. É uma humilhação o que estou fazendo, é vergonha. Mas quem me ajudar, eu comprometo que vou pagar. Estou anotando o nome, o contato. E estou pedindo pouco, de R$ 10 a R$ 50”, contou.
Elton Ribeiro disponibilizou o próprio celular, (16) 99352-7008, para explicar a situação para quem puder ajudá-lo. Conforme o profissional do setor calçadista, a cirurgia dele pode acontecer logo que ele obtiver o total de R$ 2,1 mil.