As eleições municipais deste ano, em Franca, pode movimentar R$ 4.838.680,80 caso os nove pré-candidatos que já se anunciaram interesse confirmem suas candidaturas. Esse valor refere-se ao limite de gastos que os candidatos ao Executivo podem ter neste ano. Individualmente, o valor é de R$ 537.631,20, conforme divulgado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo. No caso de segundo turno, o limite previsto para os dois candidatos é de R$ 215.052,48.
O valor global que o pleito pode movimentar entre partidos em Franca é ainda superior por que há também o limite de gasto para vereadores. Neste ano, essa quantia é de R$ 86.975,53.
Os valores para uso dos políticos sofreu um reajuste de mais de 47% entre as eleições de 2016 para o pleito deste ano. As quantias foram reajustadas pelo IPCA. Em uma comparação, o salário mínimo, em média, para o setor calçadista era de R$ 1,3 mil em 2016, quando o salário mínimo estava em R$ 880. Agora em 2023/2024, o salário mínimo médio do setor calçadista estava em R$ 1.627, e o salário mínimo ficou em R$ 1,4 mil.
A campanha eleitoral é financiada com dinheiro público. O Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) integra o Orçamento Geral da União e é disponibilizado até o primeiro dia útil do mês de junho do ano eleitoral. A movimentação dos recursos é efetuada exclusivamente da conta única do Tesouro Nacional. Os partidos podem comunicar ao TSE, também até o primeiro dia útil do mês de junho, a renúncia ao Fundo. Quando isso ocorrer, os valores retornarão à conta do Tesouro.
Quem está no cenário político, por enquanto, para as eleições:
Alexandre Ferreira
O atual prefeito, ligado do MDB, é um nome ligado à direita e que tenta seu terceiro mandado à frente da Prefeitura de Franca. Para consolidar apoios, buscou em Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, ter uma base em sua campanha. Também negociou com Flávia Lancha (PSD), que desistiu de sua pré-candidatura para declarar apoio a Alexandre Ferreira. Apesar de ter o Executivo nas mãos, o atual prefeito vem enfrentando crises na saúde e na educação na cidade, com alertas que foram emitidos pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.
Alexandre Tabah
Ele é novo na política, está filiado ao NOVO e vem do empreendedorismo. Atualmente, ele é sócio proprietário do Outlet Ribeirão Sapato Shopping, juntamente com seus irmãos, e também lojas de calcados de Franca, Jaú e Birigui, lojas de confecções, acessórios para celular, sorveteria, choperia e café, onde, além de sócio, foi também o responsável pela compra do terreno, construção, e comercialização de todas as lojas e espaços. Ele também se envolveu na montagem do Shopping do Calçado de Franca, em 1994, com seus irmãos, e seu tio Joseph Salloum.
Gilson de Souza
Ligado ao Avante, Gilson de Souza ainda atua nos bastidores e não foi confirmada sua pré-candidatura, apesar de seu nome circular em várias rodas de políticos. O que o advogado tem avaliado é se usa seu capital político com candidatura própria ou dá apoio para outros pré-candidatos que têm avaliado sua parceria. Gilson de Souza atualmente tem esse capital político por ter sido prefeito, além de ter passado pela Câmara Municipal de Franca em 1982 e em 1988, depois ter entrado na Assembleia Legislativa em 2022, então como o mais votado da história de Franca e retornou para o cargo de deputado em outros anos, como 2006 e 2010.
Guilherme Cortez
O deputado estadual pelo PSOL estudou na Unesp de Franca, formou-se em Direito, e trabalhou neste ano para tentar unir a esquerda em Franca para unificar em sua pré-candidatura para a Prefeitura, mas ainda não consolidou. Por ser um dos mais jovens no atual cenário, com 26 anos, tem atuado forte nas redes sociais e já divulgou que buscou até apoio de políticos dos Estados Unidos para declarar apoio a ele. Como deputado estadual, recebeu 46.094 votos e tenta direcionar essa mobilização para sua candidatura ao Executivo.
João Rocha
É um candidato de direita, entrou para o PL e aposta no apoio que Jair Bolsonaro vai dar para garantir votos em Franca. Ele já foi candidato à prefeito em outras oportunidades, mas nunca conseguiu se eleger. Ele teve uma atuação mais direta em cargos comissionados na Prefeitura de Franca em anos anteriores. Além disso, na última eleição, ficou em terceiro lugar, com 25.860 votos.
João Scarpanti
Pré-candidato pelo Partido da Causa Operária (PCO). Ele nunca foi eleito para cargo público e atualmente é o presidente do diretório de Franca. Ingressou no partido em 2022 e foi um dos fundadores da Frente Fora Bolsonaro de Franca, que organizou diversas manifestações na cidade pelo Fora Bolsonaro. O PCO é um partido de extrema-esquerda. João é estudante da Unesp Franca, cursa história e tem 22 anos.
Marco Aurélio Ubiali
Filiado ao PSB, é conhecido por seu trabalho com as causas sociais (como a APAE) e pelo ligação com a saúde pública, Dr. Ubiali é um renomado médico francano. Em sua ampla carreira política, atuou como Deputado Federal por dois mandatos ( de 2007 a 2015), foi Secretário Estadual (2018) e reconhecido como um dos parlamentares mais atuantes do Brasil “Pela ONG Transparência Brasil”. A decisão de lançá-lo como candidato veio acompanhada da nomeação do Marcos Ferreira, ex-Prefeito de Patrocínio Paulista, como coordenador de campanha.
Mariana Negri
Servidora estadual no Ministério Público, formada em Direito pela Unesp Franca, ela foi o nome que o PT lançou como pré-candidata. No evento feito em Franca, o deputado estadual pelo PT, Eduardo Suplicy, veio a cidade para tentar promover seu nome. Ela não é do cenário político tradicional na cidade e usa a bandeira de defender a eleição de uma mulher pela primeira vez em Franca, em 200 anos de história do município que quase foram completados. Mariana é mãe de 3 filhos.
Tito Flávio
Servidor público na UFTM, coligado ao PCB, foi candidado a prefeito em 2008, candidato a vice prefeito em 2020, tendo sido em 2022 o primeiro candidato ao Senado na história de Franca. Na época, recebeu 60 mil votos. Ele também foi também coordenador e implantador do Ponto de Cultura Pedra no Sapato (Instituto Práxis de Educação e Cultura), além de ser coordenador e professor do Cursinho Popular Caio Prado Júnior, além de produtor do documentário Memórias da Resistência.
Propaganda eleitoral e registro de candidaturas
Os partidos e as federações devem realizar, até 5 de agosto, as convenções partidárias para oficialização da escolha de candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores com vistas às eleições municipais de outubro. Após a definição, o registro das candidaturas deve ser solicitado até 15 de agosto à Justiça Eleitoral por meio do Sistema de Candidaturas – módulo externo (CANDex).
Nas convenções, também é deliberada a formação de coligações (união de dois ou mais partidos) para a disputa da eleição majoritária (prefeita ou prefeito). Desde 2017, não é mais possível fazer coligação em eleições proporcionais (disputa para as vagas de vereadores e deputados estaduais e federais). Apenas partidos que já estejam unidos em federações poderão disputar essas vagas de forma conjunta.
O dia 16 de agosto marca o início da propaganda eleitoral, após o prazo de registro de candidaturas. Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto pode ser considerada irregular e é passível de multa. 16 de agosto é também o último dia para os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) listarem as emissoras que transmitirão a propaganda eleitoral gratuita de candidatas e candidatos de município onde não haja emissora de rádio e TV, se for requerido.