A empresa norte-americana Hyperion Motors promete apresentar ao mundo em agosto seu primeiro automóvel, um supercarro chamado XP-1, movido a hidrogênio. O lema do veículo é “tecnologia espacial nas estradas”, devido ao fato que, segundo a fabricante, ele usa tecnologia desenvolvida pela Nasa.
“Estamos extremamente empolgados em mostrar o Hyperion para o mundo para que possamos educar as pessoas sobre os benefícios dos sistemas de propulsão movidos a hidrogênio. Como elemento mais abundante no universo, seu potencial é virtualmente ilimitado. Nosso objetivo é contar a história do hidrogênio com veículos e soluções de infraestrutura inspiradores”.
Fora o fato do motor usar hidrogênio, pouco se sabe sobre o XP-1. A empresa trabalha em segredo, e a única imagem do veículo mostra uma silhueta curvilínea, típica da forma aerodinâmica um supercarro, iluminada por luzes azuis.
A alternativa limpa
A Hyperion não é a única montadora que está apostando no hidrogênio. A Toyota testou um caminhão movido a hidrogênio em 2017, e a Hyundai apresentou um modelo em outubro passado. Em 2008 a Mazda entregou 30 unidades de uma versão do RX-8 movida a hidrogênio para a HyNor, iniciativa criada para implantar uma infraestrutura para veículos movidos a hidrogênio na Noruega.
Nos EUA, a Nikola está desenvolvendo uma picape movida a hidrogênio, vista como uma alternativa aos veículos elétricos como o Cybertruck, da Tesla. O principal atrativo da tecnologia é que o resultado da combustão do hidrogênio é simplesmente vapor d’água, ou seja, há zero emissão de gases nocivos ao meio ambiente.
A tecnologia tem seus críticos, entre eles Elon Musk, CEO da Tesla, que disse: “é simplesmente muito difícil produzir hidrogênio, armazená-lo e usá-lo em um carro. O Hidrogênio é um mecanismo para armazenamento de energia, não uma fonte”.
“A eletrólise é um processo energético extremamente ineficiente”, explicou. “Comparando a carregar uma bateria diretamente usando um painel solar, fazer a eletrólise da água, coletar o hidrogênio, descartar o oxigênio, comprimir ou liquefazer o hidrogênio, colocar em um carro e alimentar uma célula de combustível tem metade da eficiência. É terrível”, disse o executivo.
Sobre isso Trevor Milton, CEO da Nikola, argumenta: “Creio que a maioria das tecnologias leva 10 anos ou mais para ser transformada em produto”, disse em uma entrevista ao Observer no ano passado. “Embora os carros elétricos agora sejam mais populares, ainda há questões a ser resolvidas. É o mesmo com as células de combustível. Elas já estão na estrada, e sendo aprimoradas”.
*Matéria Olhar Digital