Não só em Franca, mas em todo o Brasil o racismo faz-se presente diariamente por conta de um histórico de subjugação sobre a população preta. Nessa estrutura de séculos, diversas atitudes passaram a ser corriqueiras, apesar de na prática corresponder a um preconceito racial tremendo.
No país, durante 300 anos, em torno de 5 milhões de africanos foram trazidos para trabalharem forçosamente como escravos. No caso de Franca, a cidade tem marcas desse período de escravidão, porém com os tempos alguns locais históricos acabaram sendo inutilizados e destruídos.
Na Praça Barão, no Centro, onde há um obelisco construído em 1929 e levantado para registrar a fundação de Franca, passando de Freguesia para Villa há indícios que no período de escravidão já foi um pelourinho. Esses espaços eram usados para castigar pretos que tentavam fugir.
O monumento é representativo também por ter sido uma referência por onde soldados que lutaram na Guerra do Paraguai passaram, então comandados pelo Coronel Camisão. Essas informações constam em estudo publicado por Tercio Pereira Di Gianni em 2008, como projeto de doutorado na Unesp.
Além desse fator histórico, em 2020 houve polêmica na cidade quando a Associação do Comércio e Indústria de Franca (ACIF) solicitou à Câmara de Vereadores que o feriado do Dia da Consciência Negra fosse transferido para um final de semana. O dia 20 de novembro caiu em uma sexta-feira, criando um feriado prolongado. O argumento da ACIF é que a data poderia atrapalhar a economia local.
O Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra de Franca (Comdecon) manifestou-se contrário à mudança e ponderou que a atitude poderia gerar um redução da importância da data. No final, os vereadores e a Prefeitura não se manifestaram e o feriado foi mantido na data.
Saiba mais sobre o que é o racismo estrutural:
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