Março é tradicionalmente um mês para ressaltar as lutas e a necessidade de ainda se discutir a liberdade das mulheres. Ainda há muito preconceito e violência que atrapalha a independência delas em diferentes escolhas na vida. O dia 8 de março é o marco, por se tratar do Dia Internacional da Mulher. A data é lembrada para realizações de homenagens e, mais que isso, discussões também em torno da necessidade de defesa da liberdade feminina.
Em Franca, um grupo denominado Coletivo da Resistência Feminista decidiu colocar várias faixas verdes em diferentes pontos da cidade para ressaltar a necessidade de defesa dos direitos das mulheres. As faixas foram amarradas em monumentos, placas, alambrados e árvores.
“Acreditamos que em Franca um problema grave é a violência contra a mulher. É uma cidade realmente muito violenta nesse sentido, com índices alarmantes e que não estão pautados com a seriedade e frequência necessárias”, sugeriu Gabriela Rangel, que faz parte do coletivo.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, no Estado de São Paulo, a violência contra a mulher aumentou 44,9% e o número de feminicídio também cresceu, 46,2%, conforme o Coletivo de Resistência Feminista.
Ainda existe a subnoticação, que envolve os casos de mulheres que ficam com medo de denunciar a violência ou mesmo não conseguem alertar as autoridades e sair do ciclo. O fato de as pessoas terem uma tendência de permanecerem mais tempo em casa é condição que dificultou a mulher buscar ajuda sem que o parceiro saiba.
Gabriela Rangel, que é estudiosa na área, aponta que a Delegacia da Defesa da Mulher ajuda no combate à violência, mas como não funciona 24 horas, ainda há empecilhos para a unidade especializada ir além do atual atendimento. Nesse tipo de crime, há casos de vítimas que sofrem muito preconceito delas próprias, o que aumenta a complexidade da denúncia. Nos plantões da Polícia Civil tradicional, conforme o Coletivo, a recepção dessa mulher ainda não é semelhante ao que acontece na DDM.
A necessidade de mulheres policiais estarem envolvidas na queixa é uma outra condição importante. A vítima nem sempre sente-se confiante em relatar todo o caso para um homem. “São necessárias campanhas preventivas de combate também”, alerta a integrante do coletivo.
Os panos verdes que foram espalhados pela cidade representam um símbolo do feminino na América Latina. Diversos países dessa região usam a mesma cor para alertar sobre a condição de violência da mulher e necessidade de defesa de direitos e liberdades.
Para denúncias de violência contra a mulher, os canais que podem ser utilizados são:
- Ministério Público Estadual: Projeto Escuta Ativa, (16) 99184-4403 (Whatsapp), Instagram em @claudioescavassini;
- Polícia Militar: 190;
- DDM: (16) 3724-2649 (8h às 18h), de segunda a sexta, Rua Voluntários da Franca, 2557, São José;
- CRAM: (16) 3720-8446 (9h às 18h, de segunda a sexta);
- Procuradoria da Mulher da Câmara: (16) 99321-2646, Instagram @procuradoriadamulherfranca, Facebook Procuradoria da Mulher Franca;
- Aplicativo SOS Mulher: download no Google Store, para celular Android, na Apple Store, para iPhone
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